Jornal do Clube de Engenharia 586 (Janeiro de 2018) | Page 7
ro vive a síndrome do abandono
O maior perigo
Zika, chikungunya, dengue e
febre amarela. Quatro doenças
graves que podem ser transmitidas
pelo mesmo vetor: o mosquito
Aedes Aegypti. O verão é sempre
um momento de tensão no
Rio de Janeiro. Chuvas fortes e
altas temperaturas propiciam o
nascimento dos mosquitos. É por
isso que a prefeitura costumava
fazer forte campanha sobre
o assunto e colocar a questão
em seu Plano Verão. Este ano,
por enquanto, os programas de
prevenção ainda não apareceram.
Segundo dados do Boletim
Epidemiológico do Ministério da
Saúde, o país vem de uma queda
brusca nos casos das doenças
transmitidas pelo Aedes. Nos
primeiros meses de 2017 até abril, o
país registrou 113.381 casos suspeitos
de dengue, 43.010 de chikungunya
e 7.911 de zika. Os números
comprovam uma redução de 88,9%
do número de casos em relação a
2016, que foi o segundo ano com
maior número de casos de dengue
desde o início dos registros, em 1990,
perdendo só para 2015. A queda, no
entanto, tem uma relação direta com
a seca naquele ano.
“Esse é, sem dúvida, o maior perigo
para a cidade. Os parques de São
Paulo estão fechando devido à morte
de macacos por febre amarela. No
interior do Estado do Rio e em
Minas Gerais os registros já alarmam
a população. É preciso mobilizar os
órgãos públicos e a população para
evitar um quadro de calamidade já
que, no momento, a febre amarela
é transmitida por vetor silvestre e
é preciso impedir que passe a ser
transmitida por vetor urbano, que é o
Aedes”, defende Stelberto. Ele destaca
também que, embora o Ministério da
Saúde tenha declarado o fim do surto
no inverno, a queda é um fenômeno
comum da estação e sua continuação
volvendo secretarias, autarquias e empresas públicas.
A primeira e segunda semanas de 2018 foram marcadas por bolsões d’agua e alagamentos. Na foto, o
bairro da Lapa no centro do Rio .
já havia sido prevista pela Fundação
Oswaldo Cruz. Algo precisa ser feito”, finaliza
Stelberto.
Solução em parceria Para a sanitarista Maria José Salles,
pesquisadora da Escola Nacional
de Saúde Pública da Fiocruz,
a aproximação com o Clube é
fundamental. “Essa articulação é
importantíssima. Entra verão, sai
verão e não vemos nenhuma obra
para resolver os problemas típicos
da estação. Em compensação, a
cu