Jornal do Clube de Engenharia 581 (Agosto de 2017) | Page 3

AGOSTO DE 2017 SAE Projeto de renovação em via de mão dupla “É com grande satisfação que recebemos aqueles que vão dar continuidade ao nosso trabalho. Vocês são o nosso futuro.” Foi assim que o presidente Pedro Celestino abriu, na noite de sexta-feira, 11 de agosto, o 1° Encontro Fluminense de Estudantes de Engenharia. e secretário-executivo da SAE, respectivamente. Francis Bogossian falou sobre o tema central do encontro: “Estágio, Emprego e Desenvolvimento”. O mesmo auditório do 20º andar do Edifício Edison Passos que, em reuniões do Conselho Diretor, recebe grandes nomes da engenharia, gestores públicos e representantes da política nacional, foi ocupado por jovens estudantes que terão a responsabilidade de construir o Brasil do amanhã. O momento em que aconteceu o evento, realizado pela Secretaria de Apoio ao Estudante de Engenharia (SAE) e organizado por sete entidades estudantis de faculdades públicas e privadas, é oportuno. Soma o entusiasmo e o questionamento típico dos jovens com a vivência e a bagagem acumulada de profissionais experientes. O ex-presidente do Clube, Francis Bogossian, abriu o encontro com a palestra sobre o tema central do encontro: “Estágio, Emprego e Desenvolvimento”. Professor por décadas, presidente do Conselho da Associação de Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro e presidente da Academia Nacional de Engenharia, Francis contou sua história, desde a escolha da profissão, passando por períodos de desânimo e quase desistência, até a consagração como um dos principais empresários da geotecnia nacional. Lembrou, ainda, o papel fundamental que o Clube de Engenharia teve para que seguisse na carreira. “A divisão técnica de Geotecnia estava sendo fundada. Ouvindo as palestras, me apaixonei pelo tema. E foi dessa convivência que encontrei meu primeiro emprego. Frequentar ambientes de engenharia é importantíssimo para construir a carreira”, registrou Bogossian. No debate que se seguiu à palestra, a preocupação com o futuro próximo estava em todas as perguntas. O desemprego e a má qualidade do ensino foram temas recorrentes nas questões encaminhadas à mesa, composta, além de Pedro Celestino e Francis Bogossian, pelo conselheiro Stelberto Soares e Luiz Fernando Taranto, coordenador O trabalho da SAE no auxílio aos futuros engenheiros também foi debatido. Estratégias já em elaboração foram apresentadas. Stelberto Soares anunciou que “a secretaria acaba de abrir a possibilidade de engenheiros que estão se formando, tanto na graduação quanto no mestrado e doutorado, apresentarem trabalhos de conclusão de curso para as divisões técnicas correlatas ao tema”. O sábado começou com um café da manhã e, em seguida, o presidente Pedro Celestino abriu a programação com a palestra “A Engenharia e um projeto de desenvolvimento para o País”. À mesa, Pedro Celestino e Stelberto Soares, dois engenheiros que começaram a militância política na escola de engenharia, na mesma idade dos participantes do encontro, e em momentos muito semelhantes aos que hoje o Brasil vive. O resultado foi uma rica troca de experiências de uma geração capaz de subsidiar os futuros engenheiros com reflexões que poderiam credenciá-los a enfrentar não só os desafios da conjuntura, mas também os da vida profissional. “Para falar da engenharia e do desenvolvimento, eu preciso falar do Brasil”. Com esse raciocínio, Pedro Celestino deu início a uma verdadeira aula da história política do Brasil, demarcando em todos os momentos cruciais os interesses em jogo, mas defendendo que o país é maior que a crise. Durante o debate com os estudantes sobre os interesses que hoje impedem que os jovens tenham emprego e uma sobrevivência digna, afirmou: “Há muito que fazer nesse país em construção e nós só conseguiremos mudar o que aí está se tivermos organização, se nos mobilizarmos como vocês estão hoje a fazer aqui, saindo de casa num sábado para discutir problemas da profissão, problemas do ensino e problemas do Brasil. Não vão resolver o seu problema particular sem se preocuparem com o conjunto. É essencial que tenham como norte o interesse nacional e a democracia”. Na abertura oficial do Encontro, o presidente Pedro Celestino ao microfone e o coordenador da Secretaria de Apoio ao Estudante de Engenharia, Stelberto Soares 3