Jornal do Clube de Engenharia 578 (Maio de 2017)) | Page 7
MAIO DE 2017
Ele acrescenta que a economia
brasileira tem vários gargalos, prin-
cipalmente de infraestrutura, que
demandam investimentos públi-
cos, uma vez que o capital privado
funciona com outra lógica e não tem
“apetite” para esses investimentos.
Segundo Mitidieri, no mundo todo
os investimentos em infraestrutura,
em sua maioria, são feitos com re-
cursos públicos. “Deixar isso a cargo
do mercado é uma aventura, ainda
mais no Brasil, que não tem um ar-
ranjo institucional que permita fazer
investimentos de longo prazo com
recursos do mercado. Sem falar que
a nossa taxa de juros é a mais alta
do mundo. Como se pode viabilizar
investimentos de 10, 15 anos de
maturação com uma taxa alta como
a Selic? Não funciona assim. Dizem
que a TJLP é baixa, mas é a quarta
mais alta do mundo. Ela parece bai-
xa no Brasil porque a Selic é muito
alta”, explica.
Para tentar minimizar o impac-
to da MP, a AFBNDES propôs
dez emendas que buscam tornar a
mudança da taxa menos danosa ao
banco. Ainda não foi instalada no
Congresso Nacional uma Comissão
Mista para avaliar a MP e as emen-
das propostas, processo que deverá
ocorrer nos próximos meses, até a
votação final do texto.
O BNDES
caracteriza-se
legalmente como
órgão de Estado
e não como órgão
de Governo
O destino dos
R$ 100 bilhões
Além de operar com os recursos do
FAT e a TJLP, em casos excepcio-
nais, o BNDES pode receber apor-
tes do Tesouro Nacional em forma
de créditos de longo prazo. Foi o
caso dos R$