Jornal do Clube de Engenharia 571 (Outubro de 2016) | Page 7

OUTUBRO DE 2016 inclusive em cargos de direção e na presidência da empresa, sob a coordenação dos conselheiros Stelberto Soares e Nelson Portugal para encaminhar a posição do Clube sobre o assunto. O Conselho Diretor aprovou a proposta do Grupo, sugerindo que o Clube, com sua tradição de acompanhar políticas públicas e programas em todos os níveis de governo, se manifeste no sentido de manter a integridade da CEDAE “como empresa pública, promovendo medidas que busquem ‘novas alternativas’ para a solução do saneamento nas áreas sob sua responsabilidade, de forma sustentável, para o desenvolvimento socioeconômico e preservação do meio ambiente, com foco na rentabilidade e satisfação da sociedade fluminense”. O Clube de Engenharia se movimenta A perspectiva de reunir informações sobre a atual situação da CEDAE levou os integrantes do Grupo a organizarem uma visita técnica às suas instalações, em 30 de setembro, com a presença de 26 conselheiros, sócios e convidados. Após a visita o presidente da empresa, Jorge Luiz Ferreira Briard, foi convidado a realizar palestra em sessão ordinária do Conselho Diretor do Clube, em 10 de outubro último. A exposição de Briard permitiu aos conselheiros ter um quadro real da companhia. Briard falou dos investimentos, da modernização e de sua atuação em todo o Estado. Entre os destaques relacionados por Briard está o trabalho realizado na redução de perdas na distribuição de água. Na última década, o desperdício caiu de 56% para 30% e segue em queda. Sobre o projeto apresentado pelo BNDES, Briard informou que a equipe da CEDAE não fechou as portas para o banco como fomentador Foto: Fernando Alvim comissão, um organismo”, explicou. No Rio há projeto nesse sentido em debate na Assembleia Legislativa. O Estado e cada município terão representantes nessa comissão. Dali sairiam as diretrizes a serem seguidas. para o seu controlador, o governo do Estado, a não ser por meio de dividendos, fruto do seu lucro real. Isso seria crime. Sobre o projeto do BNDES, que divide o estado em quatro áreas, Briard entende que também não é viável. O projeto que divide o Estado em quatro áreas não parece lógico. Cerca de 87% do orçamento da CEDAE vêm do município do Rio de Janeiro. O lote a ele correspondente seria vendido imediatamente . Os demais não são atrativos para a iniciativa privada. Quem ficaria com o lote do norte, nordeste e região serrana, que gera praticamente nada de caixa no montante global do saneamento do Rio?” O presidente da CEDAE deixou claro que a empresa não fechou as portas ao BNDES, mas deseja sua presença como órgão fomentador da política de saneamento no Estado. Segundo Briard, a concessão não traria aporte algum de recursos para o Estado. Se fosse feita pela CEDAE como subdelegação de seus serviços, de forma parcial, ou plena, se tivesse geração de uma outorga, isso seria revertido para a CEDAE, que, como sociedade anônima, não pode aportar recursos A exposição de Briard subsidiará a posição que o Clube vier a tomar sobre os rumos da CEDAE. Ao Clube, o essencial é que qualquer concessionário de serviço de utilidade pública preste serviços de qualidade, por tarifas estabelecidas pelo custo, para que a sociedade seja bem atendida. Presidente da Cedae, Jorge Luiz Ferreira Briard, em palestra no Clube de Engenharia em parcerias, mas se posicionou contra o projeto. “A privatização é uma ideia do BNDES e isso ficou bem claro após uma visita do Tesouro Nacional à CEDAE. Eles mesmos, em alguns momentos, deixaram escapar que juridicamente não é possível e que o BNDES precisava fazer um debate maior”. Briard lembrou que, “constitucionalmente, o saneamento é municipal e que o que se discute nas regiões metropolitanas são os sistemas integrados: “municípios e Estado se unem e, de forma integrada, buscam gerir o saneamento por meio de uma Foto: Carolina Vaz Grupo de diretores e conselheiros do Clube de Engenharia em visita técnica à CEDAE. 7