Jornal de Camarate | Page 4

QUINTAS DE CAMARATE

UM TESOURO ESQUECIDO

04

JORNAL DE CAMARATE APRESENTA

a freguesia de camarate, constituída em 1511,

foi (particularmente entre o século XVI e meados do século XX) composta por um grande número de quintas e casa senhoriais. Estas constituem testemunhos não apenas do interesse que a região despertava na nobreza lisboeta, que assim encontrava um ameno local de veraneio nos arredores da capital, mas igualmente da afamada produção vinícola que aqui se obtinha (da casta camarate, que talvez tenha dado o nome à vila), característica das quintas que fizeram parte do quotidiano desta freguesia até meados do século XX. Em Camarate chegaram a existir cerca de 30 quintas, de dimensões distintas, algumas remontando pelo menos ao século XIV, quando era ainda um reguengo da Coroa, depois integrado no senhorio de D. Nuno Álvares Pereira, razão pela qual viria a pertencer ao património da Casa de Bragança.

Camarate foi, de facto, uma localidade privilegiada para fixação de famílias de fidalguia rural em quintas que conjugavam a vida palaciana com a exploração das suas terras. Para além do contexto de paisagem agrícola, com propriedades de vinhedos e olivedos, que, desde a Idade Média, nos dá conta do riquíssimo património paisagístico que caracterizou Camarate, há que fazer referência ainda a um vasto património cultural construído. Encostada a Lisboa, Camarate conserva ainda um pouco da sua morfologia do séc. XIX.

A maior parte das quintas de Camarate foram retalhadas para dar lugar a espaços urbanos que cresceram desordenadamente. De algumas quintas restam apenas os pórticos e portais como testemunho do nobre património. Outras foram votadas ao abandono por falta de recursos financeiros dos seus proprietários e delas resta só a terra.

Deste aglomerado de quintas destacam-se, por ordem aleatória: a Quinta do Redondo, a Quinta das Portas de Ferro, a Quinta das Laranjeiras, a Quinta da Morgada, a Quinta da Nora, a Quinta da Ribeirinha, a Quinta de Milfontes, a Quinta de Santa Teresa, a Quinta de Santa Maria, a Quinta da Encarnação, a Quinta do Salter, a Quinta de São Pedro, a Quinta do Ulmeiro, a Quinta de Santa Bárbara, a Quinta de Marvila, a Quinta dos Matos Pequenos e a Quinta da Nossa Senhora da Vitória.

Pretende-se com esta compilação dar a conhecer e relembrar outros tempos, onde tudo parecia correr mais devagar. Apesar de uma extensa e incansável pesquisa, revelou-se difícil obter informação detalhada sobre as quintas de Camarate. Eis o que conseguimos reunir até agora

"Existe em Camarate,

Terreola suburbana

Uma quinta que encanta

Toda a alma... sendo humana".

Mário de Sá-Carneiro

A maior parte das quintas de Camarate foram retalhadas para dar lugar a espaços urbanos que cresceram desordenadamente. De algumas quintas restam apenas os pórticos e portais como testemunho do nobre património. Outras foram votadas ao abandono por falta de recursos financeiros dos seus proprietários e delas resta só a terra.

Deste aglomerado de quintas destacam-se, por ordem aleatória: a Quinta da Ribeirinha, a Quinta Nossa Senhora da Vitória, a Quinta de São Pedro, a Quinta das Portas de Ferro, a Quinta dos Matos Grandes, a Quinta de Mil Fontes, a título exemplificativo.

Pretende-se com esta compilação dar a conhecer e relembrar outros tempos, onde tudo parecia correr mais devagar. Apesar de uma extensa e incansável pesquisa, revelou-se difícil obter informação detalhada sobre todas as quintas de Camarate. Eis o que realmente foi possível reunir.