Joias Hotel
mesmo enredo para uma rica comédia de detalhes dimensionais
com finale e gran finale.
Entre os apreciadores, fui o seguidor do best-seller sem
entrelinhas que minha mãe perfilou. Cheguei a compará-la com
a digníssima alma de uma Denise Stoklos — na narrativa arte
cênica do monólogo Olhos Recém-Nascidos. Minha mãe tinha
uma técnica ilustrativa de historiadora sem nunca ter tido o
mestrado mínimo pra qualquer registro. Quem me dera tivesse a
metade do talento que mamma Rosa teve. Deixo aqui minha
modesta crítica literária — do crítico literário que não me dá o
direito de tal autodesignação honorífica — ao tributo a minha
mãe.
Mais tarde eu conheceria o escritor Mario Prata e me
identifiquei com o seu fascinante sarcasmo contista e, então foi
só fazer uma previsível junção do que me tornou hobby.
Desde então, os livros complementam a ordem de minha
existência.
Pouco depois o Douglas voltou on-line e disse
(escrevendo) que havia deixado aquela monótona vidinha de
hotelaria pra trás e que não entendia como é que eu podia achar
graça numa profissão tão sem graça. Dizia (redigia) que ele
trocou os balcões de hotel pelas agitadas aventuras de camelô no
viaduto Santa Efigênia e arredores, com vendas de bijuterias e
acessórios e as inevitáveis estratégias para fugas do Rapa.
Disse que se diverte muito — hum... tô sabendo! —,
embora isso ainda não é bem o seu ideal, e que qualquer hora
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