Joias Hotel Joias Hotel | Page 91

Joias Hotel mesmo enredo para uma rica comédia de detalhes dimensionais com finale e gran finale. Entre os apreciadores, fui o seguidor do best-seller sem entrelinhas que minha mãe perfilou. Cheguei a compará-la com a digníssima alma de uma Denise Stoklos — na narrativa arte cênica do monólogo Olhos Recém-Nascidos. Minha mãe tinha uma técnica ilustrativa de historiadora sem nunca ter tido o mestrado mínimo pra qualquer registro. Quem me dera tivesse a metade do talento que mamma Rosa teve. Deixo aqui minha modesta crítica literária — do crítico literário que não me dá o direito de tal autodesignação honorífica — ao tributo a minha mãe. Mais tarde eu conheceria o escritor Mario Prata e me identifiquei com o seu fascinante sarcasmo contista e, então foi só fazer uma previsível junção do que me tornou hobby. Desde então, os livros complementam a ordem de minha existência. Pouco depois o Douglas voltou on-line e disse (escrevendo) que havia deixado aquela monótona vidinha de hotelaria pra trás e que não entendia como é que eu podia achar graça numa profissão tão sem graça. Dizia (redigia) que ele trocou os balcões de hotel pelas agitadas aventuras de camelô no viaduto Santa Efigênia e arredores, com vendas de bijuterias e acessórios e as inevitáveis estratégias para fugas do Rapa. Disse que se diverte muito — hum... tô sabendo! —, embora isso ainda não é bem o seu ideal, e que qualquer hora 91