Márcio Paschoal *
CRÔNICA
VAMOS FALAR DE MÚSICA?
Vamos falar de música. Poderíamos
comentar a nova do Chico Buarque,
que dizem ser meio machista. Bo-
bagem. Apenas uma letra que fala
de amantes infiéis. Aliás, o adulté-
rio não é novidade para o moço dos
olhos cor de ardósia. Não chega a
ser rodriguiano, mas dá suas
investidas. O letrista de "quero ficar
no teu corpo feito tatuagem,
que é para seguir viagem,
quando a noite vem" não de-
cepciona, para ódio daqueles
que o odeiam. Falando em
Chico e tatuagens, outro dia
um deputado idiota (quase
pleonasmo) fazia uma de
henna com a palavra "Temer"
em seu ombro. Tolice. Quan-
do ele proferiu discurso dan-
do loas ao nosso presidente em
exercício, talvez quisesse referir-se
ao verbo temer: temia que não au-
mentassem suas mordomias; temia
não ser reeleito caso barrassem o
Distritão; temia ficar sem a grana
da campanha, caso os nobres polí-
ticos não votassem o fundo eleito-
ral (nova firula para substituir o
Caixa 2 das empresas privadas).
Coisa de mais de 4 bilhões. Acinte.
Vai ficar por conta e na conta de
nós, passivos contribuintes.
Falemos de música. Músicas que
celebram encontros, como o da
cantora Fabiana Cozza com o pia-
nista cubano Pepe Cisneros, feste-
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jando a obra de Bola de Nieve. En-
contro mais do que feliz. Diferente-
mente do meeting da nossa futura
procuradora-geral Raquel Dodge
com o Temer, na casa deste, dez da
noite, fora da agenda. Tomara que
os assuntos tratados difiram do
abordado com o Joesley Batista.
Parece que esse tipo de encontro
marcado out of time e apud Fer-
nando Sabino, passou a ser moda.
Pobre Bola de Nieve que não tem
nada a ver com isso. E nada a te-
mer, diga-se en passant.
Voltemos à música. Para quem gos-
ta de metal pauleira, uma dica é o
CD "Dead Cross", que junta o can-
tor do Faith No More e o baterista
do Slayer em dez fai-
xas pesada