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PORTUGAL Mônica Salmaso logo Rui Vieira Nery que me enco- rajou desde a primeira hora a levar por diante esta ideia. Falei com o "lado brasileiro" que aderiu à primei- ra. Depois veio o trabalho. Felizmen- te que hoje os meios tecnológicos facilitam a comunicação. Testamos arranjos e construímos este Estra- 32 sotaque de Portugal "Ende- chas a Bábara Escrava", um poema de Camões que Zeca musicou. De referir que, como sempre aconte- ce nos seus trabalhos, Mô- nica Salmaso, integrada num todo, num trabalho coletivo, mostrou no Mos- teiro de São Bento da Vitó- ria a sua grande técnica vocal, um domínio que lhe permite transformar a sua voz numa torrente de emo- ções. Mônica Salmaso confiou- nos impressivas palavras sobre Estrada Branca: "O espetáculo Estrada Branca, idealizado inicialmente pe- lo José Pedro Gil e alinha- do com todos os envolvidos em cena, além das colabo- rações preciosas do Carlos Tê, Ricardo Pais e Manuel Aires Mateus, é um presen- te que nós todos nos de- mos. Um presente do encontro, da convivência e da homenagem líri- ca às obras-pilares de Vinícius de Morais e José Afonso. Dois univer- sos aparentemente distantes que se aproximaram de uma forma líri- ca e amorosa e nos fizeram, a nós brasileiros, "morar" um pouco em Portugal onde nos reconhecemos e somos recebidos como quem volta um pouco para casa. Por todos es- tes motivos, esta nossa "estrada" é um presente ao qual eu agradeço". Partilha e camaradagem eram indissociáveis do trabalho artístico de Vinicius e Zeca, o que deixou ras- tos positivos nas suas obras, nas suas vidas. Estrada Branca tam- bém denota esses princípios. Fruto de conjunções e sinergias, de mui- to trabalho e dedicação, Estrada Branca constitui-se como um espetáculo primoroso que se espe- ra tenha continuidade e chegue também ao Brasil. Foto João Tuna da Branca que para nós foi uma boa surpresa de resultado artístico e conceptual". No final do show que assistimos, todos os nele envolvidos estavam radiantes, numa felicidade própria de quem se compraz num trabalho abarcou evidentes esforços e em- penhos e que, em consequência, ob- teve o reconheci- mento público. Mô- nica Salmaso jun- tava a essa felicida- de a da sua desco- berta do Porto, do seu encantamento pela zona da Ribei- ra da cidade. A al- ma lírica brasileira de Mônica era já então também algo portuguesa, o que se tinha manifesta- do ao cantar com JG NEWS, ANO XXI, ED. 225, JULHO DE 2017