Márcio Paschoal
No dia 14 de maio de 2007, vítima de acidente vascular cerebral, morria em Recife a pernambucana Marinês, também conhecida pela alcunha de rainha do forró. Dez anos depois, lembro de uma história deliciosa que aconteceu comigo e com ela, durante a pesquisa que fiz para a biografia do João do Vale. Marinês foi fonte de inspiração para cantoras nordestinas como Elba Ramalho, que pôde homenageá-la ainda em vida, com a gravação do ótimo " Marinês & sua Gente "( selo BMG), no qual a cantora paraibana foi também produtora. Filha de um ex-cangaceiro do bando de Lampião, Marinês( Maria Inês Caetano de Oliveira) nasceu no sertão pernambucano de São Vicente Ferrer, em 1935. Mudando para Campina Grande, conheceu o sanfoneiro Abdias Nascimento, com quem se casou e formou dupla. Marinês e Abdias fizeram história na rádio, sendo apadrinhados por
COMENTÁRIOS DE MÁRCIO PASCHOAL
O dia em que Marinês me confundiu com Hermeto
Gonzagão que os chamava de " minha gente ", dando origem ao nome do grupo. Com uma estrada forrozeira digna de nota, Marinês gravou mais de 40 discos, em regravações de sucessos de Jackson do Pandeiro, João do Vale e do próprio Luiz Gonzaga. Voltemos à história que quero contar. O ano era 1999, e eu estava envolvido até a cabeça com o projeto da biografia do
João do Vale. Já havia entrevistado inúmeros artistas e, por intermédio da Elba Ramalho, ficara sabendo que a cantora Marinês se encontrava no Rio, justamente para a gravação do disco produzido pela mesma Elba. De posse do número do telefone do hotel onde Marinês estava hospedada, liguei na manhã seguinte. Ela havia saído e deixei o recado com a recepcionista.- Quem desejava falar com Dona Marinês?- Diga, por favor, que é Marcio Paschoal, e que mais tarde eu ligarei.