Já imaginou uma criança de 7 anos fazendo uma releitura do Davi de Michelangelo? Meninos e meninas criando arte de verdade e de primeira qualidade. Essa deve ser a perspectiva da educação artística no Brasil. A “aula de artes” não é mais vista como a hora do relaxamento, da bagunça e da diversão. Pelo menos é o que diz a legislação. Desde 1996, com a Lei Diretrizes e Bases (LDB) da educação(Lei Nº 9394), tornou-se obrigatório o ensino de educação artística em todas as escolas dos níveis fundamental e médio. A aula de arte cresceu. Hoje não somente as canetinhas que reinam no ambiente escolar, mas também o mármore, as tintas a óleo, spreis...Tudo para os projetos artísticos dos alunos. E pode ser surpreendentemente, mas no Distrito Federal, é nas escolas públicas que, em geral, se encontram os melhores exemplos de aplicação da LDB.
Cada escola tem uma política interna e uma estrutura diferenciada para o ensino de arte. Algumas tem salas específicas na rede pública de ensino. O Centro de ensino Fundamental (CEF) 08 do Gama é uma escola como qualquer outra no DF. Muro cinza, carteiras de madeiras, tijolinhos formando paredes. Também é um exemplo de que a aula de arte não é mais a mesma de anos atrás.
Os materiais necessários para as produções artísticas são levados pelos alunos ou doados para a escola. Jô Braga, professora de arte da instituição, realizou recentemente um projeto em que os alunos criaram releituras das obras do artista plástico Athos Bulcão, pioneiro na arte brasiliense. Além desse foram realizados projetos como releitura de obra de Tarsila do Amaral - O Abaporu, entre elas. A escola é um ambiente de aprendizado e por isso segue algumas regras, como a típica fila indiana. Mas na aula de arte a situação muda. No CEF 08, os alunos podem trabalhar em duplas, trios, formam rodinhas e assim as atividades são feitas
Por Sheylla Alves e Jéssica Paulino
Obras primas do
cotidiano
Foto: Samuel Paz
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