INTERPRESS (Maio, 2017) | Page 21

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uma nação é determinada por um plano e não pelo mercado. Tal plano é elaborado pelo Estado, isto é, por autoridades e técnicos que trabalham em setores estatais. Esse meio de organização vigorou por muito tempo, e a economia russa é ainda hoje profundamente marcada pela herança soviética, da qual herdou 62 % do seu potencial produtivo.
De volta à 1917, temos a Revolução Bolchevique( ou Revolução de Outubro) que culminou no estabelecimento do partido comunista. Este seria, portanto, o segundo momento principal da revolução russa. É nele que ocorre a saída da Grande Guerra, com o tratado de Brest Litovski, o fim da propriedade privada, reforma agrária, entre outras mudanças instauradas por Lênin, líder bolchevique.
Após a tomada de poder pelos sovietes( líderes bolcheviques), que se deu através da derrubada do governo provisório pela invasão do Palácio de Inverno, Lênin implantou o socialismo no país. A partir desse momento percebe-se a principal mudança política, e também consequência da revolução, do país, que antes uma república parlamentarista, passa a ser um país aos moldes dos pensamentos marxistas.
Em 30 de dezembro de 1922, a então República Socialista Federativa Soviética Russa se juntou com as Repúblicas Socialistas Soviéticas e formaram a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas

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( URSS). Josef Stalin, escolhido para ser sucessor de Lênin, foi o dirigente máximo da URSS e a transformou numa das maiores potências do mundo graças a adoção dos planos quinquenais. Apesar de Stalin ter feito grandes realizações pela economia soviética, os danos sociais foram imensuráveis, uma vez que em seu governo, marcado pelo totalitarismo, a vontade do povo não era respeitada e toda manifestação de insatisfação era respondida com muita violência, censura e perseguição.
A Rússia pós 1917 era então uma nação socialista, com uma economia crescente e um governo um tanto quanto repressor. De maneira lógica, o fim da União Soviética e a queda do sistema socialista do leste europeu, que veio algumas décadas depois, levaram a um triunfalismo anticomunista em vários setores no Ocidente.
Nos dias de hoje, a conjuntura é sem dúvida distinta da de 1917: o capitalismo está em um estágio ainda mais avançado, com vias de globalização interligando tudo e todos. A própria Rússia abandonou as consequências citadas, sendo atualmente uma república semipresidencialista, que busca o estabelecimento de uma economia de mercado. No entanto, os pensamentos marxistas, segundo alguns mais do que nunca, se mantem fervorosos nas discussões em busca de uma solução para os obstáculos a serem superados nos âmbitos político e econômico por todo o mundo.

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