INTERPRESS (Maio, 2015) | Page 37

Interpress Mundi press: saiba mais a situação no Brasil Há uma lei brasileira que regula a radiodifusão de 1962, o Código Brasileiro de Telecomunicações. Segundo esta lei, os serviços de radiodifusão são outorgados pelo Ministério das Comunicações e autorizados pela Agência Nacional de Telecomunicações a usar as faixas de frequência para transmissão. Além dessa lei, há cerca de 650 normas regulamentando a comunicação social no Brasil nos setores de rádio, TV e impresso. O tipo de medida apoiada por Dilma defende regulamentação econômica para que não haja mais monopólios e oligopólios, não havendo regulação de conteúdo. No entanto, a proposta do governo ainda não foi apresentada formalmente. O atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, posicionou-se contrário a discussão de qualquer lei regulatória da mídia, afirmando que estes projetos seriam engavetados. Segundo a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), há 521 emissoras de TV no Brasil, incluindo as TVs regionais. Segundo o seu presidente, Daniel Slaviero, “qualquer iniciativa que, mesmo de forma indireta, interfira no funcionamento é uma interferência indevida”. Slaviero defende que, pela quantidade de emissoras de TV atu almente, já há uma pluralidade de vozes nas comunicações. O tema é prioridade para o atual ministro das comunicações, Ricardo Berzoini. No Legislativo, o tema divide os deputados. Antonio Imbassahy (PSDB – BA) afirma que "É um absurdo essa proposta. Certamente foi encomendada para censurar a imprensa e as práticas democráticas”. Enquanto a deputada Luiza Erudina (PSB-SP) disse que “Os setores dominantes da sociedade não têm nenhum interesse em mudar a dinâmica de poder da mídia”. O FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação) afirma que o mercado brasileiro é dominado pelas cinco grandes emissoras: Globo, SBT, Record, Band e Rede TV!. O projeto de lei defendido pelo fórum está colhendo assinaturas para ser entregue ao Congresso, defendendo: fim da propriedade cruzada (cinco emissoras será o máximo que pode ser controlado por um grupo), políticos não poderão ser donos de emissoras de rádio e TV, fim do aluguel de espaços na programação para grupos religiosos ou venda de produtos e a criação do Conselho Nacional de Comunicação e do Fundo Nacional de Comunicação Pública. 37