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Estudantes de instituições privadas e federais
se dispuseram a contar suas experiências com
derivados da Cannabis sativa, demonstrando
como são verídicos os resultados de pesquisas
como a do CEBRID (Centro de Informações
sobre Drogas Psicotrópicas) da UNIFESP
(Universidade Federal de São Paulo) divulgada
recentemente mostrando que os adolescentes
das escolas particulares de São Paulo também
começam a fumar maconha a partir dos 14
anos.
“
Quando eu tava no fundamental
II tinha um trabalho de ciências
onde todos os grupos faziam
sobre
os
efeitos
e
as
consequências das drogas. Só que aí as
consequências eram, tipo assim, muito
exageradas e então a maconha ficou
como... sei lá: a cocaína de hoje. Foi
uma visão super péssima e eu pensei
„Meu Deus! Eu nunca vou usar
maconha nem nada na minha vida!‟ E é
claro que isso foi antes. – risos”. Conta
Bruna, aluna do 2° ano técnico no
CEFET-MG.
É na recorrência de falas similares às de cima
que se torna fácil observar como se dá a
primeira impressão das drogas em uma escola
privada de ensino fundamental. Como no caso
da Bruna, que antes estudava no Magnum do
Buritis, área nobre de Belo Horizonte.
Isso acontece devido a existência dos muitos
programas anticonsumo que a rede particular
se prontifica a investir visando minar, já na
faixa etária infantil, o interesse em drogas.
Segundo o artigo “Uso de Drogas
Psicotrópicas Por Estudantes: Prevalência e
Fatores Sociais Associados”, da Faculdade de
Campinas, embora essa política encontre um
bom percentual de eficácia, há muitos que
utilizam a boa condição financeira para
comprar ilícitos.
Cdhm: saiba mais
“(...) é plausível que a disponibilidade
financeira possa exercer uma influência
significativa, pois, no presente estudo,
encontrou-se que o uso pesado de drogas,
além de associar-se ao trabalho, esteve
associado a pertencer aos níveis
socioeconômicos mais altos: A e B.”
Departamento de Psicologia Médica e
Psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas
da Universidade Estadual de Campinas (FCM/
Unicamp). Campinas, SP, Brasil.
Embora se tratando de dois tipos de
localidades muito diferentes em estrutura,
ideologia, público etc., o fato acerca dos 14
anos é comum em ambas as áreas de ensino.
Os dias atuais servem de provas para que um
responsável deixe de pensar que em uma
escola particular seus filhos estão protegidos e/
ou que, apesar de públicas, as escolas federais
são formadas por super alunos moralmente
corretos.
Durante o final da década de 80 até o final dos
anos 90, a pedido do Ministério da Saúde,
Universidades por todo o país se puseram a
analisar dez capitais a fim de informações
concretas do consumo de drogas nas escolas.
Ao final da coleta de dados, os resultados
apontaram que as substâncias mais utilizadas
foram álcool, tabaco e solventes, revelando,
ainda, que o uso pesado da maconha aumentou
em todas as 10 capitais pesquisadas.
Atualmente, cerca de 15 anos após as
conclusões da pesquisa citada, o índice do
consumo da maconha continua em ascensão.
Dentre os contextos educacionais que abrigam
usuários, três são analisados com mais
atenção: escolas públicas federais (ou
denominadas “centrais”), escolas públicas
restantes (ou denominadas “periféricas”) e
escolas particulares.
Entre os vários fatores sociais avaliados (como
gênero, idade, trabalho, desestruturação
familiar e presença de religião), foi observado
uma diferença de comportamento muito
grande entre os estudantes de instituições
federais que ou antes estudaram em rede
pública ou antes estudaram em rede privada, >
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