INTERPRESS (Junho, 2018) | Page 23

Interpress SAIBA MAIS: UNESCO constante que além de intensificar os sin- melhor mas a escola me fazia muito mal, quase tomas, pode ser um gatilho para o desenvolvimen- inibindo a melhora do remédio, então deixei de to de outras doenças. frequentar a escola. Estes jovens geralmente não tem muitas Você sentiu alguma alteração na sua autoe- chances de se expressarem sobre o assunto e se- stima? rem realmente ouvidos. Por esse motivo, optamos por entrevistar Larissa Pimenta, ex-aluna do curso técnico em hospedagem no CEFET-MG que pas- sou por momentos de grande pressão em uma ins- tituição federal; o que não ajudou nem um pouco em sua recuperação. Quando você percebeu que precisava de ajuda médica? Quando percebi que corria risco de vida por não conseguir ir mais a minha psicóloga e pensar em suicídio diariamente. Como foi a reação dos seus familiares? Toda minha família foi contra e quando os efeitos colaterais chegaram sofri por comentários maldo- sos. Na escola, houveram alterações de notas ou na relação com seus amigos? Meus amigos todos passavam pela mesma situa- ção então foi tranquilo. Na escola desde que fui Sim, a depressão fez a minha autoestima sumir, me fez sentir um lixo, incompetente, inútil etc. O remédio não me fez criar uma autoestima instan- tânea mas tenho trabalhado nisso e me sentido melhor. Atualmente você faz tratamento? Sim, 8 meses com sertralina. Você alguma vez sentiu que sua doença es- tava sendo banalizada pelas pessoas ao seu redor? Com certeza. Já foi chamada de preguiça, falta de Deus, falta de trabalho, irresponsabilidade, frescu- ra etc por pessoas da minha família mesmo. De um modo geral você sentiu alguma me- lhora com medicamentos e terapia? COM CERTEZA!! Não há comparação do antes e depois do tratamento. Me sinto muito melhor, consigo fazer minhas coisas e ser feliz. Consigo ser feliz. diagnosticado não conseguia participar das ativi- dades, após começar a tomar o remédio me sentia 23