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SAIBA MAIS: UNESCO
constante que além de intensificar os sin- melhor mas a escola me fazia muito mal, quase
tomas, pode ser um gatilho para o desenvolvimen- inibindo a melhora do remédio, então deixei de
to de outras doenças.
frequentar a escola.
Estes jovens geralmente não tem muitas Você sentiu alguma alteração na sua autoe-
chances de se expressarem sobre o assunto e se- stima?
rem realmente ouvidos. Por esse motivo, optamos
por entrevistar Larissa Pimenta, ex-aluna do curso
técnico em hospedagem no CEFET-MG que pas-
sou por momentos de grande pressão em uma ins-
tituição federal; o que não ajudou nem um pouco
em sua recuperação.
Quando você percebeu que precisava de
ajuda médica?
Quando percebi que corria risco de vida por não
conseguir ir mais a minha psicóloga e pensar em
suicídio diariamente.
Como foi a reação dos seus familiares?
Toda minha família foi contra e quando os efeitos
colaterais chegaram sofri por comentários maldo-
sos.
Na escola, houveram alterações de notas
ou na relação com seus amigos?
Meus amigos todos passavam pela mesma situa-
ção então foi tranquilo. Na escola desde que fui
Sim, a depressão fez a minha autoestima sumir,
me fez sentir um lixo, incompetente, inútil etc. O
remédio não me fez criar uma autoestima instan-
tânea mas tenho trabalhado nisso e me sentido
melhor.
Atualmente você faz tratamento?
Sim, 8 meses com sertralina.
Você alguma vez sentiu que sua doença es-
tava sendo banalizada pelas pessoas ao seu
redor?
Com certeza. Já foi chamada de preguiça, falta de
Deus, falta de trabalho, irresponsabilidade, frescu-
ra etc por pessoas da minha família mesmo.
De um modo geral você sentiu alguma me-
lhora com medicamentos e terapia?
COM CERTEZA!! Não há comparação do antes e
depois do tratamento. Me sinto muito melhor,
consigo fazer minhas coisas e ser feliz. Consigo ser
feliz.
diagnosticado não conseguia participar das ativi-
dades, após começar a tomar o remédio me sentia
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