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consistiu-se na troca de in-
formações sobre pessoas e
organizações tidas como
“subversivas” entre os países-
membros.
A segunda fase caracterizou-
se pelas trocas e execuções de
opositores nos territórios dos
países que formavam a ali-
ança. Essa fase foi marcada
por ações contra os alvos no
interior dos seis países-
membros. Foi nesta em que
houve o crescente número de
mortes e condenações por
crimes políticos.
A terceira ficou marcada pela
perseguição e assassinato de
inimigos políticos no exterior
- muitas vezes no pró-
prio exílio. “Mais de 30 mil
pessoas foram torturadas e
assassinadas pela Condor,
incluindo líderes civis exila-
dos sob a proteção da ONU”,
diz o jornalista americano
John Dinges. Estimativas me-
nos conservadoras calculam
que a Operação Condor teria
chegado ao saldo total de 50
mil mortos, 30 mil desapare-
cidos e 400 mil presos.
Muitos grupos de esquerda
ameaçavam a estabilidade
dos governos ditatoriais. O
receio estava presente nos
políticos de centro-direita
acreditando que a América
do Sul fosse seguir o exemplo
de Cuba e se permitir fazer
parte de um conjunto de paí-
ses comunistas aliados à an-
CELAC: Saiba mais
tiga URSS. Por isso, o acordo
foi bem estabelecido entre os
países do Cone Sul. Como na
Guerra Fria havia uma dis-
puta ideológica, o acordo não
foi contestado por países que
tinham poder para isso, pelo
contrário, eles permitiram
que o massacre continuasse
até o fim do processo.
tuições e nas sociedades atuais dos paí-
ses referentes à cima.
Além disso, ainda estão presentes no
corpo social traços da perseguição aos
grupos de esquerda nos discursos con-
trários à implantação de serviços soci-
ais. São associados aos ideais comunis-
tas tão perseguidos anteriormente e
considerados uma ameaça durante o
período ditatorial.
Dentre os grupos de esquer-
da mais conhecidos na épo-
ca, podemos citar os do Tu-
pamaros (Uruguai); Monte-
neros
(Argentina),
MIR
(Chile), entre outros. Os go-
vernos ditatoriais acusavam
esses grupos de exercerem
práticas criminosas, como
sequestros e furtos, para pa-
trocinar as suas atividades
guerrilheiras. Seus discursos
os associavam até mesmo os
narcotraficantes aos grupos
de esquerda, sem possuírem
nenhuma confirmação de
que esses atos eram de fato
cometidos.
Os reflexos da Operação
Condor estão presentes até
hoje. Existem muitos casos
sem solução ou explicação.
Nos últimos trinta anos, ape-
sar dos esforços de redemo-
cratização da América do
Sul, muitas vítimas e mortos
dos regimes ditatoriais não
tiveram a devida justiça,
muitos outros ainda estão
desaparecidos. A violação aos
direitos humanos e o desres-
peito aos civis ainda são he-
ranças encontradas nas insti-
Cartaz do documentário produzido por Ro-
berto Mader / 2007
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