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Não é sem motivos que o país aparece na quinta
colocação na avaliação do risco para o exercício
do jornalismo, realizada pelo Comitê para
Proteção a Jornalistas. Segundo estatísticas deste
comitê, desde 1992, foram registradas
oficialmente 59 assassinatos a jornalistas. Além
de correrem riscos significativamente maiores
que os mesmos profissionais em diversos outros
locais, os interessados em trabalhar neste meio
enfrentam prob lemas para receber instrução,
visto que, devido à guerra e consequente
destruição de instituições acadêmicas, a educação
nacional sofreu um retrocesso, apresentando uma
elevação dos níveis de analfabetismo. Sendo
assim, não houve desenvolvimento de cursos a
níveis de ensino mais avançados especializados
ma instrução para a área midiática, produzindo
uma carência de profissionais ativos e
experientes.
A situação torna-se mais complexa quando é
estabelecida uma relação entre as mortes de
jornalistas e a falta de profissionais com maior
conhecimento. São mais comuns os casos de
atentados e perseguições àqueles pertencentes ao
reduzido grupo de veteranos, trazendo
LEA: Saiba mais
dificuldades ainda maiores para o fortalecimento
da mídia local. Um exemplo dessa realidade é a
perseguição à jornalista já experiente Bahjo
Mohamud Adbi, à época correspondente da
emissora de rádio estatal de Puntland, região
semiautônoma da Somália, que começou a receber
ameaças de integrantes de um grupo insurgente al
-Shabaab, o qual demonstrava-se incomodado
com exposições negativas. Recebendo exigências
para que se afastasse da profissão, durante cerca
de três anos Bahjo não somente recebeu ameaças
como por pouco sobreviveu a atentados até
decidir se refugiar. Situações assim reforçam o
desejo de controle apresentado pelos vários
grupos em conflito na Somália.
Devido a todos esses fatores, o caos perdura no
país, não há o desenvolvimento de uma mídia
forte e a população mundial se mantém
praticamente avulsa à realidade da Somália. A
presença de uma imprensa que detivesse poder
em vez de mãos atadas, condição causada pela
censura por parte dos grupos que disputam pelo
poder, resultaria em ações significativas para
mudar a condição somali.
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