Intelligent CIO LATAM Edição 02 | Page 76

P po T cnológico
Ewerton Vieira , diretor de Soluções de Engenharia da F5 Networks América Latina , explica que os ataques mostrados nos estudos podem ser de dois tipos : DDoS ou ransomware . “ Os ataques de ransomware são frequentemente baseados em Bots formadas por milhares dispositivos digitais como Smart TVs e roteadores , equipamentos usados em ataques sem que os donos desses dispositivos saibam disso ”.
Gangues digitais do México focam-se nos EUA
Países com grandes populações e intensamente digitalizados como o Brasil e a Argentina são terrenos férteis para esses dois tipos de ataques . O México também se encaixa nesses quesitos , mas , na visão de Vieira , a maior parte das gangues digitais mexicanas prefere focar seus esforços nos EUA e não em outros países da América Latina . “ Isso explica o México não se destacar na lista dos países que mais atacam a nossa região ”.
Os experts do F5 Labs e da Effluxio analisaram , também , a incidência de ataques focados em páginas Web . “ A gente tende a pensar que Internet e Web são a mesma coisa – não são ”, ensina Vieira . “ A Internet representa as estradas por onde passará o tráfego IP ; a Web , fortemente dependente do browser , de servidores , da URL e da forma com que a página foi desenvolvida , é a plataforma que usa as vias da Internet ”.
Os negócios das empresas estão intimamente ligados à sua presença na Internet por meio de páginas Web que servem de interface para grandes aplicações corporativas . Por essa razão , os ataques focados na Web são mais sofisticados e lucrativos do que os ataques contra a infraestrutura da Internet . “ Ações de fraude contra portais transacionais B2C ou B2B avançam a cada dia na nossa região ”, detalha Vieira .
Chile lidera tentativas de invasão de páginas Web da região
O estudo do F5 Labs mostra que o Chile é o país da América Latina que mais dispara scans contra páginas Web – quase 24.000 tentativas de invasão no primeiro trimestre do ano . Logo em seguida vem o Brasil , com 23.500 buscas de brechas em interfaces Web . Outros destaques são a Argentina , com 9.000 Web scans , a Colômbia , com 5.500 tentativas de invasão e , finalmente , o Panamá com 1200 Web scans .
“ Esses resultados comprovam que criminosos digitais desses países estão se dedicando a ações mais precisas e mais rentáveis ”, observa Vieira . Esses scans podem ser focados em páginas não criptografadas
– escritas na linguagem HTTP – ou em páginas criptografas , desenvolvidas em HTTPS .
O crescimento do uso da criptografia torna a luta contra as invasões digitais ainda mais desafiadora . A checagem da Web para identificar tráfego ilegal é uma operação complexa , que exige soluções baseadas em IA e ML para , em demandas de alto volume de processamento , separar o joio do trigo sem , no entanto , afetar a performance e a UX oferecida por páginas Web críticas para os negócios da região . “ Ou seja : o HTTPS protege a empresa , mas pode proteger , também , o hacker ”.
Pandemia aumenta incidência de ataques em portas de acesso remoto
O estudo da F5 Labs analisa , também , o grau de vulnerabilidade das portas de comunicação para acesso remoto . “ A pandemia mudou da noite para
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