Inquérito nº 4325/DF Inq 4325_denuncia e cota-alterado | Page 89
PGR
Inquérito n. 4.325/DF
Como já dito, durante o governo LULA e DILMA, os
valores devidos a título de propina foram negociados pela
orientações quanto à destinação dos recursos 159 . Embora estes
fossem os interlocutores mais frequentes, houve casos em que
LULA e DILMA trataram diretamente do destino dos valores
espúrios, como, por exemplo, nos pagamentos efetivados a João
Santana e a sua esposa, Mônica Moura. Já os denunciados
VACCARI e EDINHO atuavam como “cobradores” da propina na
ponta, sendo que o segundo teve uma atuação mais destacada na
qualidade de coordenador da campanha de DILMA em 2014,
quando solicitou propina em razão da forte relação construída entre
os denunciados e a Odebrecht.
Durante os primeiros anos do Governo LULA, João Santana
e Mônica Moura foram convocados para realizar trabalhos de
consultoria publicitária ao Governo Federal, pelos quais eram pagos
com valores não contabilizados e repassados pelo grupo Odebrecht
ao casal por orientação de PALOCCI. O montante era debitado do
valor de propina acertada entre o grupo Odebrecht e o núcleo
político do PT da organização criminosa. Inicialmente os valores
eram repassados diretamente a Mônica Moura, depois passaram a
ser mediante transferências em contas no exterior para a offshore
Shellbill 160 . Quando ocorria atrasos nos pagamentos, João Santana
159 DOC 1.21: Termo de Depoimento 13 de Marcelo Bahia Odebrecht.
160DOC 1.22: A colaboradora Mônica Moura apresentou planilha de recebimento de valores
na conta bancária mantida no Banco Heritage na Suiça, vinculados à offshore SHELLBILL
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RODRIGO
http://www.transparencia.mpf.mp.br/validacaodocumento.
Odebrecht com PALOCCI e MANTEGA, os quais davam as