Inominável Nº 4 | Page 20

que ia chamar outro que tinha “ inglês melhor”. Chega o gerente ao pé de nós, nós explicamos, ele faz umas caras um bocado estranhas como se estivesse a dizer “hmm acho que percebi” e nós as duas vamos para o lugar esperar. No fim conseguiram, por milagre, trazer aquilo que nós queríamos. Esse foi o mesmo dia em que provei café turco e jurei para nunca mais (aquilo é basicamente água suja. Muito suja.)

Não posso dizer que nos demos bem com toda a gente, especialmente em relação à host da Andreia, que pensa que é alguém na vida e se acha melhor que toda a gente, professores incluídos. Uma das coisas que ela fez e que me irritaram foi quando ela estava a falar com um dos alunos portugueses e os nossos professores o chamaram para tirar uma fotografia, e ela ficou muito indignada e disse que os professores estavam a desperdiçar o tempo dela. Ela era o oposto da minha host. A Selen foi uma das raparigas mais simpáticas que lá conheci, em conjunto com outras raparigas de outros países. Dos rapazes, fiquei amiga de um da Turquia (que me comprou um gelado) e outro da Roménia, com quem comecei a falar por ser da minha altura.

A festa de despedida, na sexta-feira à noite, foi o momento mais difícil da viagem toda. Raros foram os que não choraram, e todos nos despedimos com (múltiplos e longos) abraços e promessas de lá voltarmos. Creio que o que me fez ficar mais chorosa foi um dos amigos que eu fiz lá me abraçar e dizer “Agora tens uma segunda casa aqui”.

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No dia a seguir tivemos que acordar cedo. Mais despedidas, desta vez das famílias com quem ficámos, e ir para o aeroporto. No aeroporto foi entrar no avião, e devo ter estado a dormir mesmo entre a mudança de avião porque só me lembro de acordar quando estávamos a aterrar em Barcelona.

O dia passou bastante rápido, sem incidentes, e cheguei ao aeroporto tão cansada que nem conseguia mexer as pernas. Entre dormir e aviões, no domingo estava a aterrar em Lisboa às 8 da manhã.Resumindo, foi uma das melhores experiências da minha vida, e espero ter a oportunidade de fazer mais viagens assim.