Inominável Nº 4 | Page 16

Os meus filmes - parte I

por José da Xã

fantástico… para outro é sofrível e vice-versa.

Conto mesmo um caso que se passou comigo e com outros dois amigos, já lá vão umas dezenas de anos.

Certa sexta-feira estávamos os três a petiscar um belo “Picadinho à chefe” num restaurante da Baixa lisboeta quando um deles influencia os outros dois a irem até ao Quarteto verem um filme que ele considerava soberbo. A longa metragem chamava-se Andrei Rublev e fora dirigida pelo grande realizador russo da época Andrei Tarkovsky que eu,à altura, desconhecia completamente quem fosse. E lá fomos nós apressados até à Avenida dos Estados Unidos, de táxi.

A realidade é que a meio do filme acabámos por sair, mesmo que a noite não estivesse convidativa, já que chovia copiosamente. Na verdade, o nosso amigo comum vivera uma série de anos na então União Soviética, e daí eu entender porque gostava ele tanto do filme. Pela minha parte jamais voltei a ver a dita película, mas foi nesta altura que aprendi que a arte é ou pode ser algo muito pessoal.

Pois bem passemos então ao nosso tema de hoje: os meus filmes!

Tenho referências cinematográficas um tanto estranhas e contraditórias, mas sinceramente

já passou o tempo de ser politicamente correcto. Gosto de cinema e considero a sétima arte um misto desta e de entretenimento.

Vi muitos filmes. Tantos que por vezes já nem me lembro que os vi. E só quando os revejo é que descubro realmente a repetição.

Começo então por referir o filme mais antigo que considero uma maravilha: A Quimera do Ouro. Charlie Chaplin num filme épico.

A busca do ouro numa época em que os sonhos dos homens tinham forma. Simplesmente imperdível!

Apresento de seguida uma outra película que é considerada um dos melhores filmes do Mundo. Falo de “Citizen Kane” de Orson Welles, a obra-prima do grande realizador americano. A história da ascensão e queda de um magnata da comunicação foi um dos filmes que mais me marcou.

A forma como a história é contada e apresentada na tela suscitou na época complicadas e diferenciadas respostas, por parte tanto do público como de outras

O

cinema, como qualquer arte que se preze, tem sempre aquele estranho condão de nunca ser consensual.

O que para mim é bom, óptimo,

16