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ANIMAIS

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Ordens e comandos são para serem feitos como o açúcar e o sal, é QB! Sempre que necessário. Por exemplo, quando precisamos que esteja quieto, dizemos um “senta” ou um “deita”. Além disso ele vai percebendo, consoante as situações em que nós usamos as ordens, como tem de se comportar em determinada situação. Eles aprendem e apreendem muito bem!

É também importante que não passemos para outro comando se o primeiro não estiver bem aprendido. Por exemplo, começamos com o “senta” e fazemos uma série de repetições, e ele ainda não percebeu. Está na hora de parar o treino e só no dia seguinte é que voltaremos a ele. Não vamos agora passar para o “deita”! Se ele ainda não aprendeu o “senta”, continuamos até que esteja compreendido e só depois passamos para outro comando.

Também é preciso saber que no início a recompensa em forma de petisco será sempre fornecida; depois, quando percebemos que a ordem foi entendida, começamos a diminuir o petisco, primeiro dando de forma aleatória, até deixarmos de dar. Mas, muita atenção, manter sempre o reforço verbal, como o “Muito bem” ou um afago. No entanto pode, de vez em quando, reforçar também com o petisco. Isso não é errado, e não é viciar o animal em petiscos. Afinal de contas, ele está a fazer o que queremos, não merece recompensa por isso?

Não dê ouvidos às más-línguas invejosas que dizem “Ah! Ele só faz o que tu lhe dizes porque lhe dás biscoitos”! Não, meus queridos, ele tem o biscoito porque ele percebe o que lhe digo, porque merece e se esforçou para entender o que eu quero. Deixemos para trás todas essas ideias antigas e ultrapassadas.

Além disso, e tal como disse, teremos sempre cães diferentes no treino.

Tal como já falei, tive um que se lhe dissesse “Que lindo cão!” era como se lhe tivesse dado todos os petiscos do mundo e mais alguns! Notava-se uma plena satisfação no cão, que não ligava aos biscoitos mas às minhas palavras e afagos. Neste momento, tenho um cão que vende a alma por petiscos, aliás por comida no geral, e quer lá saber se é lindo ou não!!! Claro que ele já obedece se não lhe der o petisco e só fizer o reforço oral, mas agradece efusivamente se a recompensa vier em forma de alimento. Qual o problema? Para mim, nenhum.

Aliás, com ele a hora de refeição coincidia com o tempo de treino, assim estava a treinar e a comer a medida do dia que lhe pertencia. Caso contrário, por esta altura eu não tinha um cão mas uma bola de gordura! Nesta fase, e com o treino já aprendido, volta e meia depois de uma ordem cumprida eu reforço com um petisco, ficamos os dois satisfeitos! Só tenho é de controlar para não dar alimento a mais.

Nº 16 - Outubro 2018