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ANIMAIS

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Mas, e os cães que não ligam a esse tipo de reforço? Sim, porque os há. Eu já tive um assim. Para esse cão o maior reforço que eu podia dar-lhe era dizer-lhe efusivamente (e eu consigo ser bem efusiva) “LINDO CÃO” e fazer-lhe uma festa no lombo. Este cão de que vos falo aprendeu de tudo comigo, incluindo levar compras, ir buscar o correio para eu não descer as escadas, e sempre que o carteiro tocava à porta! Enfim… Era só pensar em ensinar e ele aprendia, mas nem sempre é assim. A nossa empatia era muito forte e isso contribuiu para o sucesso do treino. Há treinadores que usam um brinquedo como estímulo positivo, por exemplo uma bola. Mas por regra eles não recusam um bom petisco!!!

Resolvida esta parte, vamos aos princípios básicos do treino positivo.

Independentemente da técnica usada (e existem pelo menos três, dentro desta onda do positivo) é pertinente que tenhamos a consciência de que o cão deve ser imediatamente recompensado assim que executar a “ordem” ou comando” por completo. Só em alguns treinos mais complexos é que o reforço é dado de forma mais contínua, mas aqui só estou a falar do treino mais básico.

E pelo amor de Deus, não tenha os petiscos que vai dar como recompensa à vista do cão!!! Senão vai ter o bicho em estado de vigilância às recompensas ou então a babar-se! Eu costumo usar uma carteira de colocar à cintura, assim tenho-os sempre à mão e eles não os veem; claro que sabem que os temos, mas isso também pode abonar a nosso favor.

É importante que as ordens sejam simples e sem falas pelo meio.

Durante o treino, nada de falar em demasia, isso confunde o animal e prejudica o treino!

Use comandos de apenas uma palavra, por exemplo “senta”, “deita”, “fica”, “junto”, e por aí afora. E tente, por favor, não usar mais nenhuma palavra além do comando escolhido pera o treino. Mais uma vez exemplificando, não diga “Senta aqui lindo, isso, senta” em vez de “senta”. Claro, eu sei que querem ser uns queridos e evitar comandos à exército, mas os nossos patudos estão a aprender a nossa língua e o que queremos que eles façam, por isso é necessário usar linguagem básica e simples! Têm oportunidade para serem queridos depois.

Nº 16 - Outubro 2018