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Inominável

Actualmente, nas imediações do Mosteiro desenvolvem-se obras de construção do designado “Parque Verde da Cidade”, uma nova centralidade que pretende proporcionar uma mudança significativa na vida dos alcobacenses e de quem visitar a cidade. Restituir o rio Alcoa à cidade, interceptando o património ambiental com o legado cisterciense – focado no uso criterioso e equipendente da água – é o principal objectivo desta estrutura de lazer, convívio e desporto simples e individual. De reter que durante a execução das obras, que ainda decorrem, foi “descoberta” uma estrutura em ruinas supostamente datada do período romano que poderá vir a engrandecer e valorizar ainda mais o Parque Verde. No entanto, este achado arqueológico foi sinalizado e tapado, estando os estudos complementares previstos para mais tarde. Alcobaça já tem alguns indícios de ocupação romana, encontrados na estação arqueológica de Parreitas – Bárrio. Os próprios marcos que delimitavam os Coutos de Alcobaça – comparando a sua localização actual com a indicada num mapa “datado” de 1791, e a crer que se trata de um marco genuíno – têm características semelhantes aos marcos miliários romanos.

Já referi que os Monges de Cister foram autênticos conhecedores e gestores da água que os rodeava: antes de chegar ao mar, a água proveniente da nascente do rio Alcoa abastecia a cozinha do Mosteiro, irrigava os campos agrícolas e era controlada em obras de engenharia “hidráulica”. O rio era pois uma centralidade, e era gerido como bem precioso, sendo bem explorado, cuidado e tratado. Se o Parque Verde pretende devolver o rio à cidade, serão certamente também necessárias obras de requalificação em todo o percurso “urbano” do rio, já que nalguns sectores se sente a idade do mesmo. A revitalização que parece então anunciada passa também pela pedonalização de todo o Alcoa, constituindo estes 14 km um corredor acessível e único,