Inominável Inominável #16 | Page 66

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Eu não canso de me repetir,

pareço bobo porque sou fraco.

Parece que os homens são mesmo

essa eterna repetição uns dos outros.

Sei que um dia serei outro de verdade,

mas por enquanto sou esse que não resiste

ao peso do mundo

e foge na primeira nesga de luz da manhã

que pincela as delicadas pétalas da Amarílis.

Quando eu for o outro que virá,

serei forte e não serei bobo.

Eu nunca mais me repetirei porque serei inédito

como a nesga de luz da manhã que pincela

as delicadas pétalas da amarílis.

Mas então não serei este,

não serei mais nada porque serei tudo.

E tudo estará completo: tão vazio quanto o sonho,

tão limpo quanto o canto, tão leve quanto o verso.

Porque nas asas da poesia entre Amarílis

o meu corpo desfeito terá alcançado

na praia distante a eterna calmaria.

*

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Tanto mar...

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Eu não canso de me repetir

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