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ANIMAIS

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A verdade é que vale a pena ouvir os especialistas em psicologia e comportamento canino mais credenciados e com experiência, tais como Ian Dunbar, ou Karen Pryor, e até a nossa portuguesa Claudia Estanislau (façam uma pesquisa sobre eles e ouçam/leiam um pouco do que falam).

É certo que, até começarmos a ler, a ouvir, e a ver mais sobre esta matéria “treino ou adestramento canino”, quem até foi confesso admirador do “encantador de cães”, Cesar Millan, passará pelo sentimento de desilusão ao perceber que o exemplo de uma das referências de muitos não deve, de todo, ser seguido!

Atualmente, e com todos os estudos e experiências realizados, a nova doutrina sobre comportamento e treino canino assenta no reforço positivo. Contrária ao castigo positivo (punição positiva) aplicado por Cesar Millan, que nada mais é do que a aplicação de um estímulo desagradável sempre que surge um comportamento que se destina a ser eliminado ou reduzido.

E o que é isto de reforço positivo?

Para já, convém dizer que existe a rejeição de tudo o que possa ser desagradável para o animal, mesmo que uma leve palmada, ou até ou o simples levantar do jornal (isso é um indutor de medo) ou até uma borrifadela de água, que pode à priori parecer inócua. E se queremos mudar ou introduzir um determinado comportamento, o cão (neste caso) é estimulado através de recompensas, tais como, biscoitos, festas, dar uma bola, o que resultar melhor para o animal em questão.

E agora os mais céticos e aguerridos defensores do senhor, cujo nome não vou voltar a pronunciar ( ) dirão: mas se até existiu a tal mudança de comportamento ao ser executado isso de levantar o jornal, ou dar uma palmada no focinho, ou um toque no flanco, ou sei lá mais o quê… É verdade, sim senhor, que se pode suprimir um comportamento, mas além de não resolver as suas causas pode até degenerar num aumento da agressividade canina, ou o contrário, termos um cão com personalidade desequilibrada e medricas. Além disso, cá entre nós, acham mesmo que amedrontar e punir é a melhor forma de educar?

E só estou a falar de animais, hã?

Nº 15 - Agosto 2018