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Inominável

Extremo Ocidental

Quando pensamos no extremo ocidental de Portugal, não ficamos só por aqui na atribuição de títulos. Este extremo é também o limite oeste da Europa continental. O Cabo da Roca tem esta particularidade e é, sem qualquer dúvida, o ponto notável mais visitado, usufruindo de uma localização privilegiada, bons acessos, e às portas da grande urbe lisboeta. Integrado no Parque Natural de Sintra-Cascais, engloba uma vasta área de interesse natural e beleza paisagística, desde a Cidadela de Cascais à foz do rio Falcão, com uma rede de eco-trilhos bastante dinâmica. É também denominado pelas “gentes do mar” de “Focinho da Roca” ou, de uma forma mais poética, pelo “Promontório da Lua”. Já Luís de Camões eternizou o local descrevendo-o “donde a Terra se acaba e o mar começa”.

O Cabo da Roca, o “último fim do mundo”, situa-se nas coordenadas 38° 46’ 51.67’’ N e 9° 30’ 1.77’’ W / 38.781019, -9.500492. É um local carregado de misticismo não só pelo que representa, como por se localizar perto da vila de Sintra. A energia que emana sente-se assim que se dobra a estrada nacional no sentido do Atlântico, e aumenta logo que se ultrapassa a povoação. Algo de diferente se apodera de nós e surge um arrepio que percorre a pele. Há magia no local, que ataca mesmo os mais racionais. Temas verdes afloram por toda a parte, misturados com plantas de tons variados que gostam do sabor do mar: cravos-da-índia, cravos romanos e cravinas-bravas abundam no local.

Na zona mais alta do promontório instalou-se o farol, que ao longo de décadas tem guiado quem percorre os caminhos do mar. Nada imponente, dado encontrar-se a uma cota bastante elevada, não passa contudo despercebido, integrando-se harmoniosamente na paisagem.