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VIDA

Proliferam as festividades, com especial nota para as festas do Espírito Santo, onde servem sopa à população em mesas dispostas na rua, assim como carne, batatas e/ou inhame, legumes e enchidos, numa espécie de cozido que eu considero divinal. Quanto às sopas não fiquei fã, pelo menos em relação a esta de São Miguel – cada ilha tem uma forma diferente de as fazer – porque o caldo tem hortelã, que eu “farejo” à distância e cujo sabor não aprecio, e leva também pão e couves. Uma ressalva ao pão de milho, que é delicioso! Nestas festas e noutras é dada mais importância à comida que

à bebida, e formam-se filas para comer a bela sandes do porco assado que ainda vai rodando no espeto. As marchas populares têm por cá também o seu lugar, ou não fôssemos todos portugueses na nossa essência. As festas que não são religiosas incluem sempre um cartaz com nomes conhecidos do panorama musical nacional e internacional – este ano Pedro Abrunhosa, Paulo Gonzo, Calema, James e James Arthur, que eu espero conseguir ver antes da estadia no hospital – e prolongam-se pelas ruas até às cinco da manhã com o estímulo de um DJ de serviço para miúdos e graúdos, basta haver a energia suficiente para estar presente até ao fim. A meteorologia ajuda bastante, uma vez que as noites são pouco mais frescas que os dias, proporcionando fantásticas noites de Verão. Existem também festas espontâneas, em que umas quantas pessoas que vivem na mesma rua decidem juntar-se e cozinhar pratos variados, convidando os vizinhos e confraternizando ao som da música da moda. Foi assim na minha rua o Santo António, nas mesas do miradouro com vista para o mar!

Mas nem só de festas se vive o Verão: este é marcado pela beleza natural da paisagem florida e pela migração de aves em época de procriação, oferecendo-nos um espectáculo visual. Aqui em frente à minha casa existe uma árvore que, ao fim do dia, é o palco de centenas de estorninhos que

Nº 15 - Agosto 2018