Inominável Inominável #14 | Page 41

O Farol do Cabo de São Vicente destaca-se pela sua importância geoestratégica – edificado no ponto mais a sudoeste do continente europeu – e pelo facto de possuir um dos maiores aparelhos ópticos do mundo (o maior dos faróis portugueses), que permite emitir luz visível até 32 milhas (cerca de 59 km).

Ter-se-á iniciado em 1515 no convento de S. Vicente a construção de uma torre

onde se acendeu uma luz, provavelmente uma fogueira ocasional mantida pelos religiosos que ali viviam para servir de guia aos navegantes, relevando a importância deste local.

Após destruição em 1587 foram várias as tentativas de reconstrução, nunca definitivamente concluídas. O farol de São Vicente, tal como hoje o conhecemos, foi mandado construir por ordem de D. Maria II, em 1846. Em 1908 a torre foi alteada em 5,70 metros. Até aos nossos dias o farol de S. Vicente continuou a ser modernizado: em 1914 foi-lhe instalado um sinal de nevoeiro; em 1926 o farol foi electrificado; e 21 anos mais tarde foi dotado de painéis aero-marítimos. Em 1982 foi equipado com diversos automatismos, passando o funcionamento do farol de Sagres a ser controlado à distância.

Trata-se de uma torre cilíndrica em cantaria, com edifício anexo, inserida na antiga fortaleza, uma construção do século XVI. A lanterna e o varandim são de cor vermelha. A sua altura é de 28 metros, para uma altitude de 86 metros acima do nível médio das águas do mar.

Para além dos faróis referidos, todos os restantes mereceriam destaque, pois são importantes na orientação e sinalização de terra. No entanto, há um que me merece especial menção, pois sempre me acompanhou “à distância” desde que tenho memória: o farol da Berlenga.

Berlenga, avistada da Serra dos Candeeiros

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NATUREZA

Nº 14 - Junho 2018

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