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Começo a escrever estas linhas ao som de assobios... mas não daqueles de cantarolar uma melodia engraçada e descontraída, não não... São assobios do vento que passa pelas frinchas das portas e janelas, a desvantagem de viver numa casa sem vizinhos do lado sul, com uma paisagem absolutamente maravilhosa... e exposta aos caprichos de um vento vindo desse quadrante, dando boleia a uma chuva sem piedade, que não nos permite pôr nem a ponta de uma unha do lado de fora da porta sem corrermos o risco de ficar sem ela!

por terras nascidas do mar

por Inês Rocha

Quase me sinto a personagem feminina do “Monte dos Vendavais”, mas em modo menos poético porque ela não tinha de sair para ir à mercearia, ver o correio, pôr na rua o caixote da reciclagem, nem lutar contra umas portadas que não se queriam fechar... Aqui há montes, há vendavais, e neste momento uma depressão tropical - nome adequado de facto - pois é deprimente não poder sair de casa sem sentir que é uma ida não desejada ao ginásio para um treino de força.

Da mesma forma que o tempo aqui é generoso com as temperaturas, mesmo no Inverno, quando lhe dá para a má disposição não é para brincadeiras. Bem me avisaram que agora é que eu ia saber o que era vento... e é mesmo verdade! No entanto, prefiro isso às temperaturas gélidas que assolam a Europa...a meteorologia aqui por vezes sofre de alguma bipolaridade, mas ainda não endoideceu de todo! Não obstante o dia de hoje e outros semelhantes que dão o ar da sua graça de repente, temos sido abençoados com sol e temperaturas de Primavera. Esses momentos foram aproveitados para descobrir o (muito) que ainda há para descobrir. Enquanto tinha a visita materna fizemos o incontornável roteiro turístico pelas míticas lagoas e pelo mercado municipal, recheado de ananases regionais que, sem dúvida, têm uma outra doçura - o que acaba

Inominável

Fenómenos meteorológicos e

sem Tempo

tradições

e o inverno que não chega...