DETRITOS
e o inverno que não chega...
VALORIZAÇÃO DE
Transformar naturalmente os
resíduos domésticos em fertilizante
diversidades
por Eliseu Pimenta
Numa época em que a educação ambiental é elemento de medição do grau de desenvolvimento das sociedades, todos nós já escutámos a expressão “compostagem”, que não é mais do que uma palavra moderna, estilizada e urbana que substitui a centenária e bucólica “estrumeira”, tão vulgar e valiosa no mundo rural dos meus avós… em tempos idos. Numa óptica da política dos três “erres” – Reduzir, Reciclar e Reutilizar – a compostagem permite reduzir a quantidade de resíduos orgânicos a expedir para os aterros sanitários, possibilita reciclar matéria orgânica e proporciona uma nova utilização.
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A compostagem é um método de decomposição aeróbia (com presença obrigatória de oxigénio) de substratos orgânicos, em condições que permitam micro-organismos termófilos (o aumento da temperatura surge como resultado da libertação de calor na degradação biológica dos substratos). O resultado deste processo é um produto final suficientemente estabilizado que pode ser aplicado no solo sem impactos ambientais adversos, a que se dá o nome de composto. Há uma valorização da matéria orgânica, pois o composto pode ser utilizado como adubo, melhorando substancialmente a estrutura do solo, dado que possui organismos benignos e fungicidas naturais.
Não requerendo grandes conhecimentos, a compostagem doméstica é fácil, sustentável e o fertilizante adequa-se aos solos, sejam de hortas, de jardins, de quintais ou simplesmente para vasos ou floreiras. Por todas estas razões, não existem argumentos para que não a façamos, pese o facto de quem habite um 7º andar de um qualquer bloco de apartamentos tenha mais dificuldade em a concretizar.
Inominável