um dos homens mais importantes do século XX e cujo maior crime foi ser homossexual na altura errada, infelizmente. Refiro este senhor porque creio que se algum de vós não o conhecer, deveis-lhe pelo menos uma leitura da sua biografia. Repito, Alan Turing – ide ler sobre ele em vez de ver a Casa dos Segredos.
Quer dizer, sem ofensa, nada contra.
Voltemos ao xadrez. É evidente que este jogo foi rapidamente transportado para a indústria dos videojogos à medida que as várias explosões tecnológicas e culturais iam ocorrendo ao longo das décadas de 80 e 90. Alguns de vós podereis lembrar-vos que houve até uma versão do Windows (acho que o Vista?) que tinha um videojogo de xadrez incorporado.
No entanto, os tempos mudam e de repente o xadrez já não é apelativo, e algumas pessoas começam a querer algo que seja tão dependente de lógica como o xadrez mas com um conjunto maior de interacções e regras.
Ora, recentemente foi lançado um videojogo que tem semelhanças com o xadrez, ao mesmo tempo que não tem nada a ver.
Into the Breach, o videojogo epónimo deste artigo, entrou nas casas de muitos jogadores informados com pompa e circunstância, pois a empresa que desenvolveu o jogo teve um imenso sucesso com o seu videojogo anterior chamado FTL: Faster Than Light, que por si só mereceria um artigo, mas por agora fiquem com a noção de que é um videojogo excelente. A expectativa para este novo lançamento era consequentemente enorme, mas muitos ficaram desapontados com a jogabilidade de Into the Breach, pois nada tinha a ver com o FTL. Na minha opinião, o pessoal não se despegou suficientemente de um para dar o valor merecido ao outro.
Foquemo-nos no Into the Breach, então.
A premissa do videojogo é a de que a humanidade, como sempre, está ameaçada por uma espécie de artrópodes ultra gigantes chamados Vek que brotaram do fundo da terra por razões de enredo. A devastação que originaram levou à criação de esquadrões de armas de combate igualmente ultra gigantes, o suficiente para fazer o Landkreuzer parecer coisa de meninos. Está implícito que estes esquadrões não foram criados a tempo para salvar a Terra. Pelo contrário, estes gigantes mecânicos vêm do futuro para combater a ameaça Vek e salvar a Terra, ou pelo menos uma das linhas temporais dela (quando se metem viagens no tempo ao barulho, as coisas começam a ficar complicadas).
Felizmente, o jogo não leva a sua história muito a sério e fica imediatamente evidente que é apenas uma desculpa para se meterem insectos monstruosos à porrada com algo equivalente ao Megazord dos Power Rangers, e digo por experiência própria que isto é algo que apela a todos os homens, por muito que eles não o queiram admitir.
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JOGOS
Nº 13 - Abril 2018