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Vamos a isto então.

Como outras formas de arte, os videojogos atraem para o seu desenvolvimento, por necessidade, elementos de várias áreas distintas de sabedoria e capacidade humana. A característica única desta arte, a interactividade, requer um conjunto de requisitos especiais, pois poucas são as formas de arte que permitem interacção directa entre o consumidor e o conteúdo. Quero com isto dizer que se pensarmos por exemplo em música ou cinema, o máximo controlo que temos tipicamente sobre eles é o botão de Reprodução/Pausa. Do outro lado da conversa, poder-se-ia argumentar que um videojogo não existe sem interacção do utilizador. Falemos então do tipo de pessoas que estão envolvidas em todo o processo, e como elas contribuem de maneiras distintas mas simbióticas para o produto final.

As Pessoas:

Como já referi, cada projecto de criação de um videojogo pode variar imensamente na quantidade de gente envolvida. Em empresas pequenas, uma pessoa poderá ter mais do que uma das responsabilidades que listarei. Pelo contrário, numa empresa grande e ambiciosa, uma tarefa pode ser dividida por vários elementos.

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JOGOS

Numa equipa de duas pessoas, num exemplo simples, uma pode ser responsável pela criação de todos os conteúdos artísticos (som, imagem, etc.) e a outra pode ser exclusivamente programadora. Num ambiente mais demograficamente complexo, pode haver vários profissionais responsáveis unica-mente pelos efeitos sonoros.

Exemplos concretos: Stardew Valley, sobre o qual já fiz um artigo no passado, foi criado inteiramente por um único jovem, Eric Barone. Na outra ponta do espectro, temos o Grand Theft Auto V, desenvolvido por umas 1000 pessoas, e ainda hoje mantido por uma equipa considerável.

Gostaria de notar que a discussão de se um jogo é melhor que outro está fora do âmbito deste artigo.

Nº 12 - Fevereiro 2018