Inominável Inominável #12 | Page 104

Tanto mar...

Se um poeta evapora

uma nuvem deságua

chorinho

no meu telhado

e refaz

barulhinho bom.

Canta, canta, canto

gotaé lágrima

na bica da velha calha

que enche até a boca

uma duna de sal

na bilha vermelha.

No curvo e longo gargalho

do barro molhado

minha mão aquela nuvem recolhe

*

*

*

VAGA MÚSICA

VAGAROSA

VAGA

ONDA VAPOROSA

VAGO

NO RASO DEPOIS DA ONDA

ASSIM EVAPORO

*

*

104

Evaporação

Brasil

baltazar

Inominável