Inominável Inominável #12 | Page 20

"É uma questão de igualdade de oportunidades"

A outra razão que se costuma apontar é que se misturarmos homens e mulheres nas mesmas ligas, uma mulher nunca poderá aspirar a vencer um Grand Slam no ténis, por exemplo, ou a Volta à França. No entanto, vetar as actuais ligas masculinas às mulheres também é igual a dizer a qualquer rapariga que comece um desporto, nunca será tão bem paga como um homem, nunca terá tanta gente a ver os seus jogos e nunca sentirá na pele a atmosfera de competições como, lá está, os Grand Slams ou a Volta à França, o Campeonato do Mundo de Futebol ou a NBA. A verdade é que, actualmente, as competições femininas têm menos adeptos, menos apoios, menos participantes e menos espectacularidade. E isso afasta algumas raparigas que estão a começar porque sabem que dificilmente poderão sonhar mais alto. Se há menos gente a entrar, perde-se competitividade e algumas atletas fantásticas nunca começarão sequer a competir. E se se perde competitividade e qualidade, perdem-se adeptos, apoios, espectacularidade – percebem aonde quero chegar.

Quem entra num desporto entrega-se por várias razões: o gosto pela competitividade, o espírito de equipa, pelas vitórias, mas sobretudo pelo sonho de ser maior, de ser o maior. E esse sonho não existirá para as mulheres enquanto as competições não forem universais.

"Então e o balneário?"

Aquela que talvez seja a razão mais incontornável será a da gestão da equipa com a inclusão de mulheres. A harmonia de uma equipa faz-se da confiança que se tem em quem está ao nosso lado e essa confiança vem da proximidade. A estranheza de ter uma mulher num mundo que até agora foi de homens pode afectar o funcionamento do balneário, o à-vontade e o entrosamento da equipa; pode, nalguns casos piores, dificultar a união. E depois há o escrutínio a que essa equipa estaria sujeita se tivesse "a primeira mulher" de qualquer desporto. E infelizmente nenhum dirigente quer isso para a sua equipa.

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Inominável

Danica Patrick, Japan Indy 300