Inominável Inominável #11 | Page 91

Era uma vez…

Assim começavam as histórias que sempre ouvi e fazem parte do meu baú de recordações… Ora eram de reis, ora de piratas… ou então de meninos bem e mal comportados, com lição de moral no final do enredo… Por norma eram estes os protagonistas das histórias do antigamente.

Os tempos mudam e como tal também as narrativas evoluem e acompanham a fita do tempo. Os contextos são outros: a monarquia está moribunda, só há bons rapazes e piratas só existem nas Caraíbas, versão Johnny Depp.

Enfim, novos tempos em que as crónicas se adaptam às realidades actuais…

As histórias querem-se alegres, mesmo que de início reine a tristeza e esta, mais que uma história, é o relato de um dilema que vivo e a prova sentida de que não estamos a salvo de nada, nem das consequências de uma simples resposta a um anúncio para um curto emprego. A globalização tem destas coisas e uma ocupação para um país estrangeiro com direito a alojamento, refeições e ajudas de custo, não é de deitar prò borralho. Pode custar a habituação, mas um bom profissional não altera essa condição por uma simples mudança geográfica.

E cá estou eu, recém-chegado de Pikku-Poikela, pequeno lugar perto de Haaravaara bem no norte do mundo, na Lapónia finlandesa, em condições de preparar o trabalho para a última semana do ano. Alojado na Grande Casa de Cevide, na aldeia mais setentrional deste rectângulo de praia, é local bem discreto, tal como se pretende para a azáfama que me espera… ou esperava, direi. Tem apenas seis habitantes… e a Hanna.

A Hanna… a Hanna é o meu problema! Um grave problema que poderá pôr em causa o Natal em Portugal. Caso inédito seria…

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CONVIDADO

Quando o Pai Natal se apaixona,

deverá haver

natal?

se apaixona,