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LEITURAS

Nº 11 - Dezembro 2017

Bom, gente, tenho a dizer-vos o seguinte: os livros repetidos podem trocar-se, desde que guardem a factura da compra, se não sabem as minhas preferências informem-se sondando-me de forma subtil ou perguntem directamente aos meus amigos. Ou arrisquem. Por uma vez entrem na livraria e escolham-me um livro. Leiam as sinopses apreciem as capas, descubram um trecho à sorte, cheirem os livros. Quem sabe não saem da loja com um livro para mim e outro para a vossa mesinha de cabeceira (de preferência diferentes para podermos trocar).

Se nenhuma destas sugestões vos convencer ofereçam-me um clássico da literatura, são normalmente apostas vencedoras. Por último, mas muito importante, quando vos apetecer comprar-me outras coisas esperem que essa vontade passe e vão a uma livraria (de carteira recheada, de preferência).

Sim, o (meu) mundo seria um lugar melhor se o meu Pai Natal seguisse estes conselhos. Acontece que não há mundos nem vidas perfeitas e todos os anos tenho de ser uma espécie de duende da oficina do Pai Natal para mim mesma. Se eu gosto disso? Não muito. Mas é melhor receber os livros da minha lista do que cuecas, meias, cachecóis, sabonetes, cremes e demais lembranças natalícias.

Todos os anos selecciono um conjunto simpático de títulos que faço chegar aos interessados, normalmente por mensagem escrita ou por e-mail. É fácil, fica registado, e evita possíveis perdas de memória. Por vezes junto fotografias das capas para que não surjam dúvidas de última hora na livraria, sabe-se lá o que comprariam como presente de substituição.

Na véspera de Natal os meus presentes vão surgindo na base da árvore e eu já gosto deles mesmo embrulhados. Sei que são livros pois o formato não engana ninguém, contudo faço aquele ar espantado na abertura das prendas. Afinal é Natal!