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Inominável

“A arte de hoje, em face dos conflitos e tumultos do mundo, testemunha a parte mais preciosa da humanidade, num momento em que o humanismo está precisamente em perigo. Ela é o lugar de excelência da reflexão, da expressão individual e da liberdade, e também das questões fundamentais. Mais do que nunca, o papel, a voz e a responsabilidade do artista são por isso cruciais no contexto dos debates contemporâneos.”

Chistine Macel, Curadora da 57ª Exposição Internacional de Arte / Bienal de Veneza

A Bienal de Veneza é uma das instituições mais antigas, importantes e prestigiadas do mundo artístico. A história da Bienal recua a 1895, data em que foi realizada a primeira Exposição Internacional de Arte, e apesar de desde os anos 30 terem vindo a ser criados pela instituição vários festivais e exposições especificamente dedicados a áreas artísticas diversas (música, cinema, dança, teatro, arquitectura), a Exposição de Arte continua a ser o evento mais frequentado, comentado e artisticamente influente de todos, registando actualmente mais de 500 mil visitantes ao longo dos seus vários meses de duração. A deste ano teve início em 13 de Maio e encerrou portas no domingo passado, 26 de Novembro; apresentou trabalhos de 120 artistas convidados oriundos de 51 países, 103 dos quais participaram nesta Exposição pela primeira vez, além de 23 eventos colaterais e vários outros projectos especiais e paralelos.

Mas há mais, muito mais. Em Veneza, uma cidade onde se respira arte, a influência da Bienal estende-se por todo o lado como os tentáculos de um polvo, pelas ruas e ilhas, pelos jardins, pelos palazzi, pelas igrejas. São incontáveis as obras expostas ao público, isoladamente ou em grupo, de artistas vindos dos quatro cantos do mundo. Um verdadeiro vendaval de arte que revolve a cabeça de qualquer visitante da cidade nos anos em que se realiza a Bienal. É precisamente de alguns desses projectos que aqui vou falar.

à margem da

BIENAL

parte 1

histórias de arte

por Ana CB