Inominável Inominável #11 | Page 73

É provavelmente a cidade marroquina que mais turistas atrai, e aquela em que se pensa imediatamente quando se fala de Marrocos. Também cidade imperial e antiga capital do país, é conhecida como “cidade vermelha”, pela cor das suas muralhas e de muitos edifícios. Eu substituiria “vermelho” por “rosa” – aquele rosa escuro e profundo em que se transforma o vermelho depois de muito queimado pelo sol. Cheia de contrastes, aqui coabitam o velho e o novo, a tradição e a modernidade, o básico e o luxuoso. Com quase 1 milhão de habitantes, a cidade acorda cedo e adormece tarde. As grandes avenidas da parte nova têm um trânsito intenso, e a extensa e labiríntica medina é quase caótica, com motoretas, bicicletas e carroças apressadas a passarem “tangentes” aos peões e um cheiro permanente a combustível no ar. Na segunda metade do século passado Marraquexe “caiu no goto” de algum jet set artístico e a cidade tem vindo consistentemente a popularizar-se como destino turístico de eleição (na minha opinião muito pessoal, talvez até demasiado para o que merece, pelo menos por comparação com outras cidades de Marrocos).

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Nº 11 - Dezembro 2017

A não perder: os Jardins Majorelle e o Museu Berbere, na propriedade que pertenceu a Yves Saint-Laurent, e ao lado o recém-aberto museu dedicado a este famoso costureiro; dentro da medina, a Madraça de Ben Youssef, antiga e reputada escola corânica; e, como é óbvio, a incontornável Praça Djemaa el-Fna, com o seu ambiente tão peculiar – mas só depois de entardecer, que durante o dia é apenas mais um lugar de passagem sem grande interesse particular.