Inominável Inominável #11 | Page 59

A segunda maior cidade marroquina (a maior é Casablanca) está na realidade dividida em três zonas bem distintas: Fes-el-Bali (a cidade antiga, fundada no séc. VIII); Fes-el-Jdid (a parte nova, construída no período em que o país foi protectorado francês, entre 1912 e 1956); e o Méchouar, o complexo do palácio real. Fez é a mais antiga cidade imperial de Marrocos e foi por diversas vezes capital do país; pela sua importância histórica, cultural e espiritual é também um dos ícones da civilização islâmica. Menos divulgada turisticamente do que outras suas congéneres, Fez é provavelmente a cidade mais interessante de Marrocos, e aquela que merece mais tempo de visita.

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Nº 11 - Dezembro 2017

A não perder: a medina de Fes-el-Bali; classificada como Património Mundial pela Unesco desde 1981, tem várias particularidades que a tornam especial – é a maior zona livre de veículos automóveis do mundo, um perímetro murado com 20 quilómetros que ocupa 350 hectares e contém no seu interior 9400 vielas, mais de 13 mil edifícios, 3 mil monumentos históricos, e cerca de 200 mil fassi (habitantes de Fez); abriga, entre muitas outras jóias, a universidade de al Quaraouiyine, fundada em 859, o que faz dela a mais antiga universidade do mundo ainda em funcionamento; e no souq dos curtumes, uma ampla (e fétida…) área ao ar livre, as peles de animais continuam a ser tratadas manualmente em grandes tanques por homens imersos na água até à cintura, num processo que quase não mudou desde os tempos medievais. Numa primeira visita à medina vale muito a pena contratar um bom guia oficial, que nos leva prontamente a todos os locais de interesse e nos elucida sobre muitos aspectos da cultura e da sociedade marroquinas.