Inominável Inominável #11 | Page 23

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JOGOS

Nº 11 - Dezembro 2017

Nem sei bem qual é o meu objectivo. No Minecraft não existe nenhum concreto, por isso se calhar vou fazer o que faço sempre: fazer uma quinta, com hortas e um celeiro, bem protegida dos monstros nocturnos por uma cerca. Ah, claro, terei de fazer uma casinha, modesta como sempre, que eu não sou muito exigente. Para isto e muito mais dá jeito ter recursos minerais, para fazer ferramentas melhores e embelezamentos arquitectónicos.

Vou para a minha mina improvisada e começo a cavar para baixo. Não directamente para baixo, claro! São as regras básicas: nunca se escava nem directamente para baixo nem directamente para cima. Os perigos ambientais são demasiados. Para baixo poderemos deparar-nos repentinamente com uma falésia profunda e cairmos desastradamente de uma altura mortal, para grande diversão e proveito dos habitantes das cavernas escuras. Para cima poderemos encontrar um aglomerado de areia ou gravilha que fará o possível para nos enterrar vivos, ou então mesmo magma, a profundidades suficientemente baixas.

Penetro pela terra abaixo, cuidadosamente, e começo a ouvir os sons grotescos de monstros a deambular numa caverna próxima. Ao destruir mais um bloco de pedra, eis-me com acesso a uma gruta.

Mas não é uma gruta qualquer. Verifico a existência de estruturas de madeira e pequenos troços de carris. É uma mina a sério, abandonada, criada sabe-se lá por quem, habitada por mortos-vivos, arqueiros esqueletais, aranhas gigantes e venenosas e, pior de tudo, por "eles", os que os ingleses chamam de “creepers”.

Mato à espadada um zombie, adversário de pouco valor. Esta mina em que entrei não tem organização alguma, sendo quase um labirinto para os que não estão preparados para tais ocasiões. Não é o meu caso. Equipado com uma quantidade decente de tochas que ardem infinitamente, vou colocando-as sistematicamente nas paredes à minha direita, à medida que exploro as perigosas esquinas e galerias apertadas da mina. Para voltar, bastar-me-á