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Nº 9 - Agosto 2017

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Esta característica prolonga-se para lá dos limites do parque e estende-se pelas ruas da cidade, onde se respira a cultura da moda, o luxo desfila num contraste com a simplicidade, que também ocupa o seu lugar no dia-a-dia. Conheci vários pontos icónicos da cidade: o Museu de História Natural é um edifício fantástico por si só, e o mundo que encerra com os seus fragmentos de História leva um dia inteiro a ser explorado, a par do Museu Briânico, onde não tive tempo de fazer uma exploração adequada, mas uma vez mais o edifício fala por si; o Borough Market, que tanto me faz lembrar o nosso Mercado da Ribeira, com os seus restaurantes, cor e vida, é um espaço maravilhoso agora tristemente ensombrado pelos ataques terroristas; Picadilly e os seus billboards, que nos trazem uma certa vibe americana; os armazéns Liberty, fascinantes na herança histórica contida nas suas paredes, de arquitectura Tudor mantendo a aparência inicial, assim como a organização e exposição dos produtos, transpirando a atmosfera tipicamente britânica, onde o passado e o presente se fundem, sempre com os olhos no futuro e com a elegância que rivaliza com o Harrods ou Selfridges.

Claro que as melhores coisas têm um preço, e um lenço no valor de 350 libras tirou-me a ideia de lá comprar uma “lembrancinha”, cingindo-me ao postal ilustrado do Big Ben no quiosque da esquina; não pôde faltar a visita a Covent Garden onde usufruímos da típica música ao vivo, como acontece um pouco por todas as ruas da cidade, conhecida também pela Motown; conhecemos também a loja M&M’s, um ponto de paragem obrigatório dos turistas que lá querem tirar a foto da praxe, tendo sido para mim uma passagem obrigatória porque precisava de um WC com urgência, sem qualquer apetite por chocolates ou poses fotográficas. Cumprido o objectivo, saí da loja apinhada de gente e logo ao lado estava o que mais me interessava: Chinatown. Na selva urbana eu tinha um objectivo: conquistar uma refeição na última noite do ano! Mas Londres é imprevisível, troca-nos as voltas, e depois de ir de restaurante lotado em restaurante lotado, e passando por um outro suspeitosamente vazio, dei por mim fora do Oriente e de regresso à Europa, mais precisamente em Itália, no restaurante que me salvou a noite com uma pasta salpicada de parmesão ralado de fresco.