Inominável - Ano 2 Inominável Nº9 | Page 52

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existir um lutador com o mesmo nome, de estatura bastante elevada para os parâmetros de então. Acabou por se revelar uma homenagem apropriada, pois o sino da torre transformou-se num símbolo de Londres, e um lutador resistente ao tempo, marcando as horas ao longo dos anos com uma pontualidade britânica. Mas antes de voltar a revê-lo e ouvi-lo, a paragem foi no Hyde Park, outro dos muitos marcos desta maravilhosa cidade. Levávamos o almoço na mochila e não tínhamos de enfrentar filas de espera, apenas era necessário escolher uma boa árvore: o restaurante perfeito, ali servido pela natureza. À sombra, degustámos o nosso almoço – bem português! – sem fast food, e onde não faltaram os típicos croquetes de carne e o bolo caseiro. Ali sentados, apreciámos a vida à nossa volta: duas árvores à frente uma jovem em forma a praticar yoga, que me fez sentir quase envergonhada pelos croquetes fritos com que me deliciava; aqui e ali pessoas a correr, a praticarem hula-hoop, a passearem cães, a fazerem ginástica, ou em calções de banho a apreciarem um banho de sol... e eu observava toda esta actividade enquanto comia o meu bolo caseiro, sentada à sombra. No meio da grande metrópole, apinhada de pessoas e trânsito, esquecíamo-nos dela. Hyde Park é um mundo dentro de um mundo: pessoas de bicicleta, skate, patins, ou a pedalar nos barcos do lago artificial, onde os patos e os cisnes não têm medo das pessoas, apenas vêem nelas uma oportunidade de fazerem um lanche fácil e fora de horas. Vozes misturam-se, de várias nacionalidades, e não nos sentimos na capital de Inglaterra, mas sim numa cidade internacional, onde se fundem culturas, crenças, formas de estar, numa harmonia que devia ser universal: Londres é, na sua essência, cidadã do mundo!