Inominável Ano 2 Inominável Nº8 | Page 74

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Enquanto a música continuava a fazer-se ouvir ao fundo elas arrastavam o desconhecido, ainda inconsciente, pela neve. Deixavam um trilho que Sora apagaria mais tarde.

Sora abriu a porta de casa de Escarlate com a chave que ela lhe confiara há tanto tempo e, já cansadas, deixaram o corpo cair cuidadosamente no chão da sala.

Escarlate estava sentada no cadeirão de baloiço, com um livro em mãos, mas levantou-se prontamente quando as viu arrastando um corpo pela casa adentro.

- Vocês não deviam estar a guardar a entrada? Quem é este?

Sora sentou-se numa cadeira para tomar fôlego, mas logo se levantou. Era preciso voltar à entrada antes que alguém desse pela falta delas. Numa noite de festa como esta era pouco provável que alguém o fizesse, mas não podiam arriscar de todo. Ignis poria Escarlate a par dos acontecimentos, e se alguém aparecesse na entrada ela só tinha de dizer que Ignis se sentira indisposta. Ninguém colocaria isso em questão. Além do mais, elas não tinham a certeza se o homem, quem quer que ele fosse, tinha chegado a Aperos sozinho.

- Ignis, ficas aqui com a Escarlate até de manhã. Não deixem ninguém vê-lo. Assim que o meu turno terminar eu regresso. – virou-se depois para Escarlate – Ela conta-te o que aconteceu. Eu tenho de ir.

Deu-lhe um beijo rápido nos lábios e Escarlate deixou-a ir, sobrolho franzido de preocupação. Sora estava com medo, havia um desconhecido inerte no chão da sua sala e Ignis, dobrada sobre si mesma, parecia estar com poucas condições para relatar fosse o que fosse, tendo apenas acenado a Sora antes de esta partir.

Três cúmplices