Inominável Ano 2 Inominável Nº8 | Page 73

A rapariga que roubava flores

Até não era traquina

aquele amor de menina

daquela pequena aldeia,

apanhava flores no campo

em cada uma o encanto

de um tesouro de mão-cheia;

Foi crescendo e foi mudando

pelos caminhos ia roubando

as flores que estavam à mão,

nisso ela não mudou

foi um amor que ficou

e uma doce tentação;

Era já uma donzela

muito linda, muito bela

não lhe faltando amores,

ainda e sempre atrevida

apaixonada pela vida,

só pecando pelas flores;

Ela é hoje uma mulher

que sabe bem o que quer

mas continua a roubar,

nunca irá desistir

não consegue resistir

às flores, ao passar...

...entre nós

A minha Pátria é a Lingua Portuguesa | Fernando Pessoa

Malik | Portugal

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