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Nº 7 - Abril 2017

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através do contacto directo e entre os líderes de ambos os países, Espanha (guerra aberta entre o General Franco e o Barcelona FC, coração da Catalunha rebelde) e, claro, Portugal.

No período da “Renascença portuguesa”, para além da reforma da educação física nas escolas assistimos à criação de vários grupos, formados pelo e associados ao regime, como a Mocidade Portuguesa e a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho, que pretendiam enquadrar as actividades físicas e os tempos livres da população, sobretudo dos mais jovens. Aí, com as suas pretensões educativas e moralistas dissimuladas entre a prática física, o regime do Estado Novo associava a regeneração de Portugal ao mito das “verdadeiras qualidades da raça”. Ainda antes da implementação da Constituição de 1933, o Decreto n.º 21 110 de 3 de Abril de 1932, onde se estabelecia o Regulamento de Educação Física dos Liceus, declarava que a educação física “não é propriamente um pretexto para divertimentos ou lazeres, senão um elemento poderoso para o melhoramento das condições individuais e sociais” e referia ideias como “a decadência manifesta da espécie humana (...) em Portugal essa decadência já não sofre dúvidas para ninguém, tal o seu grau”.

Curiosamente, em Portugal, a prática desportiva era altamente desaconselhada e considerada como um risco para a saúde dos indivíduos e para a segurança pública. Preocupava-os a popularidade e espontaneidade dos jogos e do desporto, aconselhando antes a ginástica e, sobretudo, a ginástica respiratória.