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Carnaval à antiga portuguesa!

Só que, sinceramente, e perdoem-me os foliões, o cinema tem muito pouco de Carnaval… ou será que tem muito? A não ser que… falemos dos risos ou do humor, tudo plasmado justamente na comédia, da qual já falei num número anterior, como pode ser comprovado aqui.

Dei então por mim a pensar no que escrever sobre a época que aí vem. Revirei a minha cabeça para acabar por aterrar no tempo em que era um miúdo e em que a televisão era a preto e branco.

Naqueles já longínquos anos sessenta e início de setenta, o Carnaval servia assim de espécie de escape à ditadura. No entanto esta sabia usar também a época festiva em proveito próprio desviando o pópulo do que era essencial ou problemático.

Deste modo nos cinco dias de Entrudo era frequente a RTP apresentar uma série de comédias tanto portuguesas como estrangeiras para português ver… e divertir-se.

Foi nessa altura que vi pela primeira vez os actores António Silva, Vasco Santana, Beatriz Costa ou Ribeirinho. Era o tempo do “Pátio das Cantigas” ou do “Leão da Estrela”, do “Pai Tirano” ou do “Costa do Castelo”, que não obstante terem sido gravados trinta anos antes surgiam na televisão com (demasiada) assiduidade.

Assumo desde já que nunca fui enormemente apreciador do Carnaval. Mas como este nosso número àquela festa é dedicado, há que fazer pela vida…

Geralmente no Carnaval é muito comum os foliões usarem das personagens do cinema para se mascararem, tentando um dia no ano serem como as estrelas de Hollywood. Ora, tomando em consideração que este espaço é dedicado ao cinema e ao mesmo tempo à música na sétima arte, seria naturalmente fácil falar das personagens mais imitadas ou dos figurinos mais utilizados.

por José da Xã