Inominável Ano 2 Inominável Nº6 | Page 34

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Uma outra coisa que me impressionou, como amante de livros que sou, foi a biblioteca ainda com o mobiliário original e livros antigos. As paredes ricamente ornamentadas com pinturas, metros de prateleiras iluminadas por uma fantástica luz solar, as cores da madeira com as das capas dos livros, os bustos e os lustres, a lareira enorme… Depois de passar por salões e divisões de extremo luxo e beleza, a biblioteca foi o meu canto preferido, embora eu tema pelas condições de preservação de todos aqueles livros, para mim relíquias. Lembro-me de me dirigir a uma funcionária e perguntar algo sobre os livros; numa demonstração de simpatia e na extrema tentativa de se mostrar prestável, ela pegou num deles e folheou-o à nossa frente, manipulando-o como se fosse a 347ª edição de um qualquer livro sobre não-sei-quantas sombras de não-sei-quem.

E enquanto ela falava olhávamos para o livro, aquele em particular com mais de 150 anos, receosos de que o papel se desfizesse naquelas mãos inconscientes. Então era assim, as pessoas que ali trabalhavam pareciam não ter consciência do privilégio desse facto, mas no fundo isso é natural quando nos habituamos numa base diária ao que nos rodeia… Não sendo esse o nosso caso, continuámos a visita àquele maravilhoso castelo medieval, agora pertencente, por doação, à cidade de Cardiff após a morte do Marquês (o proprietário) em 1947 e sendo um importante marco turístico, deliciando-nos com o seu estilo gótico e romântico.

Visitámos também o Museu de História Natural, de entrada gratuita como todos os museus nacionais, e passeámos pelas ruas e jardins de uma cidade fervilhante de atividade e boa energia… Foi um dia maravilhoso do qual trouxemos ótimas recordações, como muitos outros que por aqui passámos.