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Nº 6 - Fevereiro 2017

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Vamos para um videojogo que durante um período relativamente recente se especializou em confundir os seus fãs com viagens no tempo mais esquisitas do que aquelas do Regresso ao Futuro. O videojogo de que falo chama-se Assassin's Creed, especificando particularmente a segunda iteração de uma já longa saga. Não vos deixeis enganar pelo nome, se o vosso inglês não estiver enferrujado. Não quero mostrar algo de medonho. Gostaria, pelo contrário, de vos levar até Veneza, no final do século XV, onde ocorria um dos Carnavais mais famosos do mundo antes de o Brasil se meter ao barulho. Dizei-me: que melhor maneira de celebrar um Carnaval fantástico do que passeando virtualmente pelos canais imundos de Veneza? O quê? Celebrá-lo na vida real com outras pessoas a sério? Essa agora, tolices! Num videojogo não existe o desconfortável inconveniente da interacção humana! Não, não, numa Veneza a fingir é que é. Enfeites coloridos e luzes infinitas preenchem todo o espaço acima das cabeças dos milhares de foliões mascarados que inundam a superfície da Cidade Flutuante. Sopradores de fogo, tocadores de alaúde, dançarinos, homens e mulheres numa orgia metafórica de diversão e excessos! Tudo isto à distância de um clique no vosso computador ou consola preferida (quer dizer, fora todas as interacções e períodos de jogo que são necessários antes de se chegar a Veneza, pois esta é apenas uma pequena parte do jogo, mas pronto).

A tecnologia é mesmo uma coisa fantástica, não é? Especialmente quando é usada para coisas tão desnecessárias como os videojogos!

Ah, ainda estão aqui, vocês? Bazem lá que vem aí mais um grupo de tansos ao qual tenho de repetir esta lengalenga toda. Vá, adeusinho.

Ahem!

Ora, ora, meus senhores e senhoras, vinde, vinde, segui-me!...