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Nº 5 - Dezembro 2016

Muito para lá de ser o centro de um festival esta pequena vila respira misticismo há séculos, desde o tempo (5 d.c) em que um rei, de seu nome Artur, defendeu o seu povo dos saxões, e cujos restos mortais foram supostamente encontrados, com os da sua esposa Guinevere, em 1191 na abadia. Provavelmente foi uma estratégia de monges inteligentes à procura de financiamento real, mas tal descoberta não foi contestada, e Glastonbury foi reconhecida como Avalon, a ilha do encantamento de acordo com as lendas celtas, e assim se tornou parte da lenda de Rei Artur.

Dois marcos da vila são a abadia, já em ruínas mas com o misticismo intacto, erguendo-se as suas paredes resilientes com os resquícios de outrora. A cozinha da abadia pode ser visitada também, onde eram confeccionadas as refeições para os nobres e convidados dos monges, e onde nos podemos sentar à mesa que fica no centro de um edifício octogonal, e imaginar-nos num festim medieval, enquanto contemplamos as grandes panelas de ferro, as chaminés e o forno, numa verdadeira viagem no tempo.

Nesta minha visita também explorei a pequena vila, repleta dos típicos pubs e lojinhas alusivas de certa forma a temas místicos, com cheiro a incenso e montras decoradas com bruxas, dragões e duendes, e onde podemos até mesmo entrar e ler a sina nas cartas. As ruas pitorescas apelam ao passeio, e percebemos que elas são muito mais do que o palco da música dos nossos dias. Para o comprovar eis que ouvimos uma jovem, vestida a rigor nas suas vestes compridas, em frente à igreja, a brindar-nos com um cântico celta... delicioso!

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