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Nº 10 - Outubro 2017

Barcelona é essencialmente uma cidade de contrastes, uma cidade que vai da luz à escuridão em menos de nada, uma cidade que vemos quase sempre a sépia ou a preto e branco.

Com uma amiga tentámos, tendo como pano de fundo as cidades que já visitámos, defini-las como a uma pessoa e a nossa conclusão é que Barcelona é uma rapariga jovem, com uma beleza singular mas insegura dessa beleza, quem a olha não fica indiferente por ter qualquer coisa que é difícil explicar por palavras, embora todos sintam o mesmo.

Se o sonho de ir a Barcelona surgiu com Zafón, o planeamento da viagem a ele obedeceu. O primeiro passo foi marcar uma tour especializada n’A Sombra do Vento. A tour é realizada por uma senhora simpatiquíssima que é sua responsável desde há doze anos, todos os sábados à tarde. Contudo, este guia não obedece apenas a esta visita guiada, a ansiedade era tanta para andar pelas ruas que Daniel e Fermín percorreram que houve sítios a que fui sem a tour, e outros que eventualmente repeti. Mas é com esta tour que começa a nossa história, com um grupo composto por portuguesas (eu e a minha amiga), canadianos, uma polaca, espanhóis de várias localidades e um inglês, partimos à descoberta do Cemitério dos Livros Esquecidos.

A sua localização é difícil de adivinhar, na Calle Arco del Teatro, uma rua que separa a Rambla de Santa Mónica do El Raval. Antes da tour começar eu a minha amiga havíamos passado por esta mesma ruela sem nos apercebermos do seu significado. Demos connosco num sítio